Tuesday, March 27, 2007

Artigo do The Economist

Vez ou outra eu me deparo com artigos que me deixam encantada. Este aqui, que eu peço licença autoral para divulgar no blog, fala das diferenças entre o "alpha" e o "beta". Jargões usados amplamente no mercado financeiro para denominar, no caso, a habilidade do gestor em gerar retorno e o retorno sistemático de mercado. No artigo, discutem-se as desvantagens da existência de portfolios clonados e também questiona-se se realmente os fundos estão gerando ganhos pela habilidade dos gestores ou se os mesmos apenas estão aproveitando o ganho intrínseco do mercado.
Espero que vocês apreciem o artigo do Economist e peço desculpas por estar o artigo em inglês. Prometo que os próximos eu tentarei traduzir antes de publicar.


WHAT'S IT ALL ABOUT, ALPHA?
Demystifying fund managers' returns

TOO many notes. That's what Emperor Joseph II famously said to Mozart on seeing his opera "The Marriage of Figaro". But surely to think of a musical work as just a series of notes is to miss the magic. Could the same be said about fund management? It is the fashion these days to separate beta (the systematic return delivered by the market) from alpha (the manager's skill). Investors are happy to pay high feesfor the skill, but regard the market return as a commodity.Distinguishing the two is, however, difficult.
A fund manager might beat the market because of luck or recklessness,rather than skill, for example. Suppose he packed his portfolio with oil stocks. When the crude price rises that would pay off, but it wouldbe a pretty risky portfolio. More generally, alpha sceptics often attribute eye-catching returns to "style bias", such as favouring stocks with a high dividend yield. But should they be biased against style bias? After all, the only portfolio utterly free of bias would be one that included the entiremarket. Were a Britain portfolio to exclude just one stock, such as BP, it would have a small-cap bias, a sector bias and a currency bias (most of BP's revenue is in dollars). Hence any excess return must stem froms ome element of style.
Academics have entered this debate, trying to pin down the factors that drive a fund's performance. These might include the difference inr eturns between small-cap and large-cap stocks (fund managers tend tofavour the former) or the level of credit spreads and so on. Bill Fungand Narayan Naik of London Business School have come up with a seven-factor model which, they say, can explain the bulk of hedge-fundp erformance. After allowing for these factors, the average fund of hedge funds has not produced any alpha in the past decade, except during the dotcom bubble.
This approach suggests the whole idea of alpha might be an illusion.A cademics can explain most of it, and the only reason they cannot explain all of it is because they are not clever enough to think of themissing factors. However, it is also possible to take the opposite tack. This type of analysis gives managers no credit for choosing the systematic factors--the betas--that drive their portfolios. Yes, these betas could often have been bought for very low fees. But would an investor have been able to put them together in the right combination?
It is as if a diner in Gordon Ramsay's restaurants were brave enough to tell the irascible chef: "This meal was delicious. But chemical analysis shows it is 65% chicken, 20% carrot, 10% flour and 5% milk. I could have bought those ingredients for GBP1.50. Why should I payGBP20?" The chef's reply, shorn of its expletives, might be: "The secret is in the mixing."
This debate matters because people are now trying to replicate the performance of hedge funds with cloned portfolios. Indeed Messrs Fungand Naik have shown that their model would have produced an annual return over the past four years of 11.6%, well ahead of the averagefund of hedge funds. Their performance was purely theoretical. But Goldman Sachs and Merrill Lynch have launched cloned hedge funds on the market.
There are two potential criticisms of the cloned approach. One is that it will simply reproduce all the systematic returns that hedge funds generate and none of their idiosyncratic magic. However, this "magic"is hard to pin down. Even if it does exist, Messrs Fung and Naiksuggest it may be worth no more than the fees hedge funds charge, so the managers are the only ones to benefit from their skills. The second criticism is that the clones will always be a step behind the smart money. You cannot clone a hedge fund until you know where it has been. But by then it may have moved on. As a result, the clones maypile into assets that the hedge funds are selling, making the classicmistake of buying at the top. This may not be a fatal flaw, however. It is possible to imagine some clones taking contrary bets, buying the betas that seem temporarily out of favour, in the hope that they willbe purchasing what the hedge funds are about to buy.There are some nice ironies at work here.
Hedge-fund managers often rely on secretive "black box" models: the investor puts his money in a tone end and sees the returns spat out at the other, but no more thanthat. Now, armed with just that information, academics are coming upwith their own models, which almost match the hedge funds' performance. Mozart might have sympathised. His operas were more than the sum of hisnotes. But even if the great composer had no peers, he has had plenty of imitators.


Thursday, March 15, 2007

Celular vai às compras

Imagine a seguinte cena: você foi ao cinema e ao passar no controle de acesso (catraca), você apontou seu celular para o leitor laser que reconheceu o código de barras mostrado na tela do seu celular ao invés de ter mostrado um bilhete com código de barras impresso. E você nem entrou na fila da bilheteria, pois comprou via Internet! Futuro? Não, isto já é possível e aqui mesmo no Brasil!

Canivete Suíço ou Celular Suíço?

O celular vem se mostrando mais do que simplesmente um aparelho para realizar ligações telefônica, tendo incorporado na sua evolução muitas funcionalidades como tocador mp3, foto digital, rádio, acesso a internet, troca de mensagens multimídia. E agora ele quer ser sua carteira, substituindo seu cartão crédito.

O uso do celular como forma de pagamento, substituindo plásticos e papéis, entrou definitivamente na mira de operadoras de telefonia móvel, bancos, administradoras de cartões, empresas de internet e varejistas de todos os portes.

Micropagamentos

O foco dos projetos de pagamentos móveis em todo o mundo está em micropagamentos. São transações de alto volume e baixo valor com ganho de escala e presença em segmentos como transportes, vendas porta-a-porta, serviços de entrega, programas de benefícios e até pagamentos entre pessoas.

A idéia pegou tão bem que uma empresa californiana Obopay criada em 2005 começou a ganhar espaço apostando na conveniência do cartão de crédito pré-pago pelo celular. “Se você saiu para jantar com os amigos e não tinha dinheiro para pagar pode transferir um crédito de Obopay do seu celular para o Obopay da pessoa por mensagem de texto. Depois ela converte esse valor em dinheiro”, explica o consultor. “Isso pode ser interessante para controlar gastos entre adolescentes e até mesmo dentro de uma família”. Segundo Castonguay, o serviço é usado por mais de 100 mil norte-americanos.

Mercado

Segundo a revista inglesa The Economist, as estimativas apontam que o mercado m-payment (pagamentos por celulares) deve saltar de 3,2 bilhões de dolares em 2003 para algo em torno de 37 bilhões de dólares no ano que vem.


O quinto mercado mundial

O Brasil se tornou o quinto maior mercado de celulares ativos no mundo, superando o Japão e por isso o potencial para o segmento de pagamentos eletrônicos está sendo considerado a menina dos olhos para as empresas operadoras, administradoras de cartões, bancos, varejistas e de benefícios. Todas tem projetos para serem implantados ainda este ano.


Veja também:

Wednesday, March 14, 2007

O que a China afinal, tem haver conosco?

Há 2 semanas, no dia em que a Bolsa de Xangai caiu 8,8% em apenas um dia, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu 7,92% e muitos se perguntaram: "por quê?"

Primeiro, vamos entender o motivo pelo qual a Bolsa de Xangai caiu. Recentemente, o governo chinês demonstrou preocupação com a possibilidade de sobrevalorização dos papéis no mercado. Segundo o site da BBC, "o mercado passou por um crescimento muito rápido e muito forte nos últimos anos. Apenas nos últimos 12 meses, as ações subiram 130%. A BBC ainda completa com o comentário do analista da TX Consulting, Qiu Yanying, em Xanghai: "Em tempos de altas sem precedentes, os riscos também subiram". Diferente da composição da Bovespa, onde o grande montante de dinheiro é movimentado por investidores institucionais e estrangeiros, a Bolsa de Xangai é em grande parte movimentada por investimentos de pessoas físicas que, na falta de lugares melhores para investir (devido a propria dinâmica do país), investem em papéis na Bolsa. Investidores estes que, ao primeiro sinal de perigo retiram seu dinheiro imediatamente da Bolsa.

Ora, mas isso não é desculpa para o caos que se viu naquela semana. Não é mesmo. Na verdade, a queda da Bolsa de Xangai e as medidas que o governo chinês impôs para conter o crescimento tomaram o mundo de temor com o medo de que isso significasse uma coisa: recessão nos EUA. Como se sabe, a China e os EUA vivem uma dinâmica nada saudável, mas que funciona: os chineses vendem seus produtos para os EUA e em troca adquirem títulos da dívida americana. Ora, se a China diz que não pode crescer mais porque acha que o mercado não vai absorver tamanho crescimento, o que se deduz é que os EUA não vai absorver o crescimento.

Calma, nada de pânico. Aliás, pânico é a palavra para o que aconteceu naquele dia. A queda da Bolsa de Xangai fez com que muitos investidores ao redor do mundo começassem um movimento de realização de lucros. Aproveitando que as Bolsas ao redor do mundo acumulavam um ganho extraordinário (a Bovespa chegou a bater 45 mil pontos, por exemplo), os investidores começaram a deixar sua posição de "comprados". O que se viu foi também um exemplo típico de "efeito manada". Sem entender o que estava realmente acontecendo, muita gente aproveitou o momento para realizar lucros.

Minha dica agora? Calma. Não estamos em recessão, mas a Bolsa está arisca. Cautela ao comprar e pense em longo prazo. Algumas pessoas ganham dinheiro no intra-day, mas a grande maioria ganha a longo prazo. Selecione com cautela as empresas boas e sólidas e invista seu dinheiro. Você não vai se arrepender.

Leia mais:

Wednesday, March 07, 2007

Aquecimento Global

Em novembro do ano passado, publicamos aqui um artigo referente ao aquecimento global e a emissão de CO2 e suas consequências baseado no Relatório Stern - Mudanças Climáticas e Economia. Do ponto de vista econômico, o relatório aponta para os danos que ocorrerão na agricultura, turismo, habitação e saúde, tanto para países ricos quanto para os países em desenvolvimento. Do ponto de vista ambiental, o estrago é ainda maior, extinguindo animais e destruindo seus habitats naturais. Isto é muito sério, pois o planeta em si é um sistema complexo, mas balanceado e uma vez os seres humanos tem alterado significativamente sua moradia (a Terra), também sofreremos as consequências disto.Hoje encontrei um novo artigo no jornal Folha de São Paulo, onde um esboço ainda não publicado de um relatório da ONU obtido pela "Spiegel Online". Este relatório aponta que as mudanças climáticas devido ao aquecimento estão acontecendo mais rápido do que se acreditava.



A verdade está lá fora

As evidências dos efeitos do aquecimento global tem sido apresentadas por vários documentários, inclusive de alguns ilustres como Al Gore (candidato a presidência dos EUA).

Mas para lembrarmos novamente:

  • Lagos glaciais estão aumentando tanto em tamanho quanto em número, levando potencialmente a cheias mortais.

  • O gelo permanente nas regiões montanhosas e em altas latitudes está esquentando, aumentando o risco de deslizamentos de terra.

  • À medida que a temperatura de rios e lagos aumenta, sua estratificação térmica e qualidade da água estão mudando.

  • As correntes dos rios, afetadas pelo derretimento do gelo e geleiras, estão acelerando durante a primavera.

  • A primavera está começando mais cedo, fazendo as plantas vicejarem mais cedo e mudando a migração das aves.

  • Muitas plantas e animais estão expandindo seus hábitats para regiões montanhosas e latitudes mais altas que estão se tornando mais amenas.

  • Mudanças na circulação da água, na criosfera (zonas geladas), assim como na flora e fauna ao longo do período dos últimos 20 anos.


O que faremos?

Enquanto o planeta assiste aos debates políticos sobre o aquecimento global e poucas ações reais como o protocolo de Kyoto por exemplo, tem sido feitas e que realmente possam reverter este quadro. Falando em reverter este quadro, não consigo imaginar China, Rússia, Brasil, além de outras nações que precisam crescer e se desenvolver interfirindo e tendo atitudes para contribuir contra o aquecimento global. Nações que hoje são consideradas desenvolvidas, contribuiram e muito para a devastação da natureza e emissão de CO2 no passado recente, e hoje numa posição privilegiada economica e socialmente apontam para os problemas do aquecimento global.


Gaia

Segundo James Lovelock que ficou famoso por sua teoria de Gaia, o planeta é um organismo vivo onde mar, terra e atmosfera trabalham em conjunto para criar as condições necessárias para a vida. A humanidade destruindo este frágil equilíbrio está criando uma nova era do gelo. Isto foi publicado dem 1979! Muitos cientistas tem verificado e aceitado suas idéias hoje.
Lovelock diz ainda que: nós somos o coração e mente do planeta. Nos temos que pensar no planeta, não apenas em nós mesmos. Nós devemos ver como temos danificado o planeta e lembrarmos sempre que somos parte dele.
Para fecharmos este artigo, cito em inglês as palavras de Lovelock
"It will be terrible for the Earth if she loses us... it is through our eyes that she sees her own beauty."


Veja também:
Impacto da mudança climática é maior do que se imaginava
Relatório Stern - Mudanças Climáticas e Economia

Sunday, March 04, 2007

Mudança


Pessoal,


Chamem isso de a volta dos que não foram ou do que quiser. Após um tempo de reflexão, decidimos expandir o tema do blog e isso inclui a minha volta. Alguns assuntos sempre foram relacionados, como Economia, Política e Sustentabilidade Ambiental. Agora resolvemos mudar o nome do blog para "Café & Companhia" e falar com mais ênfase de Tecnologia, Ações (Renda Variável) e Literatura. A idéia é manter os temas mais complexos, mas também ter um pouco de diversão. Afinal, merecemos um descanso de vez em quando. Quanto à literatura, isso fica por minha conta, onde vou comentar sobre livros que ando lendo e também escrever artigos periodicamente.


Espero que vocês continuem nos prestigiando aqui como sempre. Comentários são bem-vindos.


Um grande abraço,

Claudia Koma.