Saturday, April 21, 2007

Sustentabilidade - o que é por que é importante para as empresas?

Muita gente ouve falar em sustentabilidade mas não tem nem idéia do que isso quer dizer e muito menos de onde o conceito surgiu. O assunto anda mais em voga nos últimos dias, com toda essa preocupação sobre aquecimento global, o filme do Al Gore (An Inconvenient Truth) e várias matérias em programas de televisão. O assunto é extenso e diversos ramos de estudos estão empenhados em pesquisar sobre sustentabilidade, inclusive a Economia.


Um dos primeiros trabalhos significativos que relacionam o desenvolvimento econômico às preocupações sócio-ambientais foi desenvolvido por Maurice Strong na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em Estocolmo em 1972. Strong discutia em seu trabalho a necessidade de impulsionar o desenvolvimento nos países subdesenvolvidos com o intuito de evitar o desgaste ambiental gerado pelos mesmos.

Em 1973, Maurice Strong e Ignacy Loyola apresentaram o conceito de ecodesenvolvimento que se fundamenta em cinco dimensões: sustentabilidade econômica, sustentabilidade social, sustentabilidade ecológica, sustentabilidade espacial (geográfica) e sustentabilidade cultural. Todos estes fundamentos estariam, então, interligados de forma que se tratados com consciência pelos governos, empresas e sociedade promoveriam o crescimento de maneira sustentável.

Em 1992, novamente Economia e preocupações sócio-ambientais se cruzam em um conceito chamado de “ecoeficiência” elaborado pelo World Business Council for Sustainable Development. Segundo este conceito, a ecoeficiência é alcançada quando se produz a preços competitivos com a menor quantidade de recursos possíveis, ou seja, quando se produz de maneira a atender as necessidades econômicas e ao mesmo tempo trazendo qualidade de vida e amenizando o impacto ambiental e o consumo dos recursos ao longo do ciclo de vida a um nível no mínimo equivalente ao que o planeta é capaz de regenerar. Simplificando o conceito, é usar de maneira eficiente para beneficiar-se economicamente dos recursos existentes, mas ao mesmo tempo visando diminuir os impactos ambientais e sociais.

A ecoeficiência engloba os seguintes fundamentos: (i) reduzir o consumo de materiais com bens e serviços; (ii) reduzir o consumo de energia com bens e serviços; (iii) reduzir a dispersão de substâncias tóxicas; (iv) intensificar a reciclagem de materiais; (iv) maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; (v) prolongar a durabilidade dos produtos; (vi) agregar valor aos bens e serviços.

O termo “desenvolvimento sustentável” foi amplamente divulgado por meio do relatório Our Common Future apresentado em 1987 na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organizações das Nações Unidas (ONU) presidida na época pela Primeira-Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland. Segundo a definição apresentada no relatório, “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.

Agora, toda essa história é linda mas....não é só jogada de marketing para que a empresa pareça mais "boazinha" e "engajada" com a população? Está certo que verificamos que é tênue a linha entre o quão socialmente responsáveis os dirigentes de uma empresa são por natureza e quanto disso está atrelado ao fato de que as empresas que não atuam desta forma podem perder mercado no futuro.
O conceito de desenvolvimento sustentável deixou de ser uma idéia defendida somente por militantes ecológicos para tornar-se uma vantagem competitiva para as empresas e uma nova forma de captar recursos para as instituições financeiras. Hoje ser sustentável já deixou de ser uma jogada de marketing para se tornar uma necessidade competitiva. Quem não o é, está deixando de criar valor. Sinal disso são os fundos criados pelos bancos chamados de sustentáveis.
A grande maioria desses fundos acompanha o ISE - Indice de Sustentabilidade Empresarial criado pela Bovespa. A carteira do ISE é revisada anualmente e sua composição é formada da seguinte maneira: são encaminhados questionários às 150 empresas mais líquidas selecionadas previamente por um conselho formado pela Bovespa. Respondidos os questionários, o conselho separa as empresas com melhores classificações considerando principalmente (i) relacionamento com empresários e fornecedores; (ii) relacionamento com a comunidade; (iii) governança corporativa; (iv) impacto ambiental das atividades.
Esse foi um panoramos inicial sobre o assunto. Com certeza, voltaremos a falar do assunto, pois como eu disse anteriormente ele é extenso e fascinante. Enquanto isso, leia mais em:


Monday, April 16, 2007

Todos querem ser Toyota!


Quando você ouve alguém falar que tem um carro da marca Toyota, o que vem imediatamente à sua cabeça? Qualidade? Acertou. Há vários anos seus carros são desejados no mundo inteiro pela sua qualidade e tecnologia e de quebra um alto índice de fidelização de clientes.

Na prática

Seu modelo de gestão foi criado nos anos 50 pelo engenheiro Taiichi Ohno, tornou-se referência de mercado. A Toyota provou que qualidade e produtividade não são antagônicos , e isto permitiu que a Toyota fizesse e desenvolvesse carros pela metade do tempo, metade do custo, em metade do espaço, sem comprometer a qualidade. Na Toyota, a qualidade não é medida por amostragem de produtos acabados, mas feita peça por peça, processo por processo. Não por acaso, a empresa ousou lançar no mercado veículos com três anos de garantia. A próxima conquista da montadora já tem data marcada: este ano ela deve ultrapassar a GM e se tornar a maior do mundo no setor automotivo. Segundo dados do Lean Institute, o sistema garante ganhos em tempo recorde, sendo que em apenas um ano de implantação do modelo as empresas aumentam de 75% para 95% a pontualidade na entrega dos produtos, reduzem pela metade os estoques, diminuem em até 70% o tempo de manufatura e elevam, em média, 40% a sua capacidade produtiva. E o que é melhor, tudo isso sem grandes investimentos, exceto com o treinamento de pessoal.

Alcoa adotou ao toyotismo

Na Alcoa, que neste ano comemora uma década de toyotismo, o modelo de gestão integrou 360 unidades de negócios, em 40 países. De lá para cá, a multinacional de alumínio economizou US$ 1,2 bilhão, com a junção de áreas, redução de estoques, entre outras ações. A produção de ligas de alumínio, da fábrica de São Luiz (MA) saltou de duas mil toneladas por mês para 11,5 mil.

Outras empresas também estão aderindo fortemente ao toyotismo, como a Avon e Danone por exemplo.

Diferencial Toyota

A empresa possue um foco muito forte no cliente, buscando o que realmente interessa ao consumidor. Na fábrica a Toyota se restringir às necessidades do mercado. Ela atende aos apelos dos seus clientes proporcionando conforto e tecnologia na medida certa, mas eliminando desperdícios, inclusive descartando valores agregados ao produto que o cliente nem está disposto a pagar. O Corolla, por exemplo, é oferecido ao mercado em apenas cinco cores. Os concorrentes têm mais de dez. Uma pesquisa mostrou que 70% dos consumidores preferem este tipo de veículo nos tons prata e preto. Com isso, a Toyota fez uma economia brutal.


Veja também:




Tuesday, April 03, 2007

Estamos mais Inteligentes?

Você é um daqueles que adora uma partida de Counter Strike, Fifa, GP ? E também gosta de assistir aos seriados com tramas complexas ? Ou mesmo uma novela das 8 horas? Não, não ache que vou dizer que você é um alienado, e que está ficando sem cérebro! Muito, pelo contrário ! De acordo com o americano Steven Johnson, depois de lançar seu último livro, Everything Bad Is Good for You (ainda sem tradução no Brasil, mas que significa algo como ‘tudo o que é ruim é bom para você’), você está muito mais inteligente!!! Vamos dar uma olhada neste artigo, sobre o livro.


O Livro

Johnson anda provocando muita polêmica no mundo todo por defender a idéia de que as expressões da cultura de massa - filmes, programas de TV e jogos eletrônicos -, tidas normalmente como lixo, são, na realidade, grandes estimulantes da mente. O inusitado é que seus argumentos são convincentes. Johnson busca olhar além dos temas violentos, sexualizados e banais que dominam vários seriados americanos e filmes de Hollywood e identifica desafios ao cérebro humano no formato desses produtos culturais. Para o escritor, a narrativa não-linear e as diversas referências presentes em seriados como Lost, e 24 Horas exercitam o raciocínio. Os games - até aqueles em que o jogador brinca de ser um criminoso -, por sua vez, contribuem para as conexões mentais de lógica e a velocidade de raciocínio, afirma ele. A tese de Johnson ganhou respaldo quando em julho de 2005, saíram os resultados da Avaliação Nacional de Progresso Educacional, teste de leitura e matemática aplicado em estudantes nos Estados Unidos desde 1971. O exame apurou que os alunos do ensino fundamental, atualmente, têm desempenho substancialmente melhor que há 30 anos nas disciplinas avaliadas.


Curva do Dorminhoco

O nome ‘dorminhoco’ vem da comédia do cineasta Woody Allen, Sleeper (O Dorminhoco, em português), de 1973. O personagem interpretado por Allen acorda 200 anos à frente e os cientistas informam a ele que gordura, caldas doces e cigarros, no fim, fazem bem à saúde. Algo semelhante ocorreu com a cultura pop - as coisas que pensávamos ser lixo, no sentido da cognição e da inteligência, na realidade se mostraram saudáveis, intelectualmente falando. O que Johnson chamou de Curva do Dorminhoco seria, então, a tendência da cultura popular, nos últimos 30 anos, a ficar mais e mais complexa e a exigir mais da inteligência das pessoas. No livro, ele fala mais da cultura americana, mas acredita que sua tese se aplica a muitos outros países.

Novelas e Reality Shows

De acordo com o livro os reality shows são em geral bem medíocres. Mas o que Johnson faz, na verdade, é comparar esses reality shows atuais com programas fracos de 30 anos atrás, como Chips, The Dukes of Hazzard (antigamente transmitido no Brasil sob o nome de Os Gatões) etc. Segundo Johnson, a maioria dos novos programas populares é muito mais complexa do que esses programas antigos horríveis. Dessa maneira, até mesmo a programação de qualidade inferior atual, se comparada à dos anos 70, tem aumentado seu nível. No entanto, isso não significa que reality shows estão nos tornando mais inteligentes, mas que a qualidade da TV está melhorando com o tempo. ‘Muitos seriados e novelas contêm estruturas narrativas complexas, com dramas que seguem múltiplas linhas. Eles exercitam habilidades como atenção, paciência e retenção de informações’.


O Titulo polêmico


De acordo com Johnson, a polêmica do nome é em parte a razão para todo mundo ter começado a discutir o assunto. Muita gente pensou que o editor do livro tivesse forçado esse nome, contra sua vontade, só para vender mais. Mas, o título do livro foi idéia Johnson. Ele acredita que se tivesse colocado um título como ‘A Cultura da Complexidade: como a Cultura Pop Está Aumentando Nossas Habilidades Cognitivas para Resolver Problemas mais do Que Há 30 Anos’, ninguém estaria falando sobre a publicação. E o preço que se paga por toda essa polêmica criada é que as pessoas começam a discutir a premissa sem ter lido, e a maioria das críticas que fazem está baseada em assuntos que ele não aborda no livro. Ao contrário do que suas idéias podem sugerir, Johnson é um grande amante dos livros. Especialista em literatura inglesa e semiótica, o autor de obras aclamadas como A Cultura da Interface e Emergência, que ganharam traduções no Brasil


Veja também:

Novos Olhares - Vida Digital