Nos últimos dias, um assunto tomou a pauta das discussões econômicas: o Programa de Aceleração do Crescimento divulgado por Lula, onde o presidente demonstra certo comprometimento com sua meta de crescimento de 5% ao ano. Para atingir o objetivo, o Plano é simples: melhora as condições de investimento (em bens de capital, propriamente dito) por meio de implantação de medidas de incentivo fiscal e aumenta o poder de compra do consumidor por meio de reajustes de salário mínimo. Obviamente, essas medidas devem gerar crescimento. Mas será que vai ser o suficiente para o tão sonhado 5% do presidente? Isso é questão para discutirmos mais adiante, mais precisamente na seção enquete que inauguramos hoje.
Enquanto isso, vamos ver um pouco do que se trata o PAC. O site wikipedia faz uma interessante análise sobre onde vem o dinheiro e para onde vai:
De onde vem o dinheiro? Basicamente, 219,20 bilhões de reais serão investimentos feitos por empresas estatais, sendo 148,7 bilhões de reais serão investidos somente pela Petrobrás; 67,80 bilhões de reais serão investidos com recursos do orçamento fiscal da União e da seguridade e 216,9 bilhões de reais serão investidos pela iniciativa privada, induzidos pelos investimentos públicos já anunciados.
Para onde vai o dinheiro? Como tudo o que vai, volta, uma parte vai para Energia (inclui petróleo, energia elétrica, gás natuarl e combustíveis renováveis), Infra-Estrutura Social e Urbana (projeto Luz para Todos - isso é energia também), saneamento básico, projetos de habitação, metrôes, recursos hídricos e logística.Abaixo, algumas das principais medidas divulgadas no PAC:
- Investimentos públicos e privados previstos da ordem de R$ 503,9 bilhões até 2010;
- Criação de Fundo de Investimento em Infra-estrutura com recursos do patrimônio líquido do FGTS com valor inicial de R$ 5 bilhões;
- Estímulo ao crédito e ao financiamento, incluindo aí ampliação em R$ 1 bilhão, em 2007, do limite de crédito para habitação popular;
- Redução da arrecadação de impostos;
- Redução consistente da alíquota da TJLP, atualmente em 6,5% ao ano;
- Redução dos spreads do BNDES para financiamento de projetos em infra-estrurutra;
- Realização de operações de project finance para energia, logística e desenvolvimento urbano;
- Suspensão da cobrança de PIS e Cofins na compra de insumos e serviços utilizados pela construção civil em novos projetos de infra-estrutura de longo prazo (transportes, portos, energia e saneamento básico);
- Isenção do Imposto de Renda às aplicações feitas no novo fundo de investimento em infra-estrutura após cinco anos da aquisição da cota;
- Redução para zero das alíquotas do IPI, PIS, Cofins e Cide nas vendas de equipamentos de transmissão de sinais de TV digital, na aquisição de bens de capital e na transferência para aquisição de tecnologia e software;
- Criação de lei que estabelece diretrizes para acesso aos gasodutos, fixação de tarifas, introdução do regime de concessão para construção e operação de gasodutos;
- Reajuste do salário mínimo, entre 2008 e 2011, com base na variação anual do INPC mais a taxa de crescimento real do PIB de dois anos imediatamente anteriores. Manutenção da política de valorização do mínimo até 2023, com definição de novas regras até 2011;
- Entre outros.
Agora é a sua vez de participar. Responda a enquete do Café com Economia:
1 comment:
Cláudia, eu acho que todo estímulo ao crescimento é bem vindo. Porém, como lemos no artigo e nos jornais, o Estado é que está sendo a força motriz do PAC. De acordo com analistas, seria ainda melhor e real se tivessemos uma participação maior da Iniciativa Privada com uma reforma tributária séria.
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