Thursday, June 28, 2007

Argentina e o apagão

Não é novidade que a Argentina vem crescendo seu PIB a uma média de 8% ao ano, o que chega a nos causar até uma certa inveja, com nosso parco "crescimento" de menos de 3% no ano passado. Tudo bem que eles deram um calote na dívida e renegociaram seus contratos. Mas, também eles foram mais objetivos nas reformas econômicas há alguns anos e agora colhem os frutos do crescimento e desenvolvimento. A Argentina tem atraído investimentos inclusive de empresas brasileiras que transferiram suas operações para lá. Todo esse crescimento requer infra-estrutura para sustentá-la no patamar de 8% ao ano, e ao que parece a Argentina tem sofrido escassez de energia.

Sinais

Os sinais de que algo de errado está acontecendo apareceram no dia 15 de junho, quando os taxistas realizaram protestos contra a falta de gás natural (GNV). E para piorar uma frente polar baixou muito a temperatura e houve um aumento recorde no consumo de energia. O presidente Néstor Kirchner ordenou cortes no fornecimento de energia elétrica em fábricas e escritórios e suspendeu o fornecimento de gás nos postos. Os prédios ficaram escuros e as ruas cheia de carros parados. E tudo indica que os preços devem subir em torno de 15% este ano. Segundo a ministra da Economia, Felisa Miceli, o desafio argentino é atrair mais investimentos. Ora, como fazer fogo sem combustível?

Indústria Automobilística e o Brasil


Há duas semanas, as montadoras de automóveis instaladas no país estavam reunidas no 4º Salão Internacional do Automóvel de Buenos Aires e anunciaram investimentos de US$ 3,5 bilhões nas fábricas argentinas, como deseja a ministra Felisa. Logo, para aumentar a produção e bater recordes é necessário fornecer energia. E como não há energia para todos, a fábrica da GM em Rosário teve sua linha de produção interrompida e realocada para madruga, onde o consumo de energia é menor. E onde entra o Brasil ? E o Brasil, de novo, correu em seu auxílio. Um contrato emergencial para fornecimento de energia foi firmado, estabelecendo em 700 MW a cota máxima de exportação daqui para lá, bem acima dos 350 MW usuais. Pelo documento, o fornecimento poderá ser interrompido se nós enfretarmos problemas de abastecimento interno, ao mesmo tempo. E o governo ainda nega qualquer apagão uma vez que necessita manter sua popularidade para as próximas eleições - daqui a 4 meses.





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Tuesday, June 19, 2007

Mulheres na Economia


Temos falado muito sobre mudanças climáticas em nosso blog, mas também não é para menos, uma vez que somos bombardeados por esse assunto todos os dias em todas as mídias. Mas a mudança que falarei agora neste artigo, é sobre a mudança de genero! Isto mesmo, os homens tem perdido sua hegemonia para as mulheres. Desde a revolução sexual nos anos 60, a independência feminina vem crescendo a ponto de transformar as mulheres em motor do crescimento de um país.


Lugar de mulher é ...

De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), elas representam 44% da população economicamente ativa do Brasil. Em uma década, 10,7 milhões de brasileiras ingressaram no mercado de trabalho. Um estudo realizado em 2006 pelo Fórum Econômico Mundial chegou a conclusão que, quanto maior é a participação das mulheres na vida econômica de um país, mais desenvolvido ele é. Ou seja, lugar de mulher é na economia.

Elas no mercado financeiro

Num cenário profissional predominantemente masculino, elas vêm marcando presença há alguns anos. Em 2004, o fim do pregão a viva-voz acabou com o domínio masculino na Bovespa. As negociações eletrônicas não distinguem o sexo dos operadores e elas invadiram as mesas das corretoras. Tornaram-se peças-chave nas estruturas e já são um terço dos profissionais de investimento. Trouxeram consigo características incomuns até então: tranqüilidade e sensibilidade para atender os clientes. A tradicional gritaria das mesas diminuiu. Não era para menos. Segundo as mulheres os homens são mais controlados na presença delas.
Elas detêm os cartões de crédito

Tamanha é a participação das mulheres no mercado de trabalho, que atualmente existem mais cartões de crédito nas carteiras das mulheres do que nas dos homens. Atualmente, 50,2% dos 81 milhões de cartões estão em mãos femininas. Elas devem gastar R$ 86,4 bilhões neste ano com o dinheiro de plástico, de acordo com levantamento da Itaucard. “A mulher aprendeu a usar melhor o cartão do que o homem”, segundo Fernando Chacon, diretor de cartões do Banco Itaú. Em média, as mulheres gastam R$ 87 por mês no cartão, abaixo dos R$ 91 computados na média geral. Este é um reflexo de que elas ainda não têm salários iguais aos dos homens, mesmo quando estão na mesma posição hierárquica – as estimativas são de uma diferença de quase 20% a favor deles.

A participação feminina tem aumentado em todas as áreas, o que é muito bom. Porém precisamos que as mulheres estejam mais presentes na política e economia para que o Brasil possa aumentar ainda mais sua competitividade na economia mundial. Isso requer uma atenção especial por parte dos governantes e das corporações.


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Tuesday, June 12, 2007

Surface

Investimentos em inovações tecnológicas, pesquisa, boas idéias muitas vezes produzem resultados que rompem paradigmas e nos fazem enxergar novas possibilidades de negócios, comunicação, relacionamentos, etc. Assim me pareceu o novo produto da Microsoft - o Microsoft Surface. Quando assisti ao vídeo da nova plataforma, fui remetido imediatamente ao filme Minority Report, onde os policiais tinham uma forma muito particular e intuitiva de pesquisar uma base de dados com os próprios dedos (numa luva especial) num futuro não muito distante. Vamos voltar ao Surface de agora, que me pareceu ter ido mais longe na interatividade e inteligência.


O que é


É um computador no formato de mesa, sem teclado, mouse e fios, onde apenas uma tela de plástico ocupando quase toda a extensão da mesa recebe comandos de toque (touch screen) e responde aos usuários (isto mesmo, pode haver mais de um) exibindo quer seja um vídeo, fotos, ou outros aplicativos. Esta tela é resistente e permite que objetos sejam colocados e/ou deslizados em cima dela. Ela ainda tenta se comunicar com estes objetos, facilitando ainda mais a vida do usuário. Por exemplo, você coloca uma câmera fotográfica, com tecnologia de transmissão de dados wifi, em cima da mesa e ela reconhece a câmera e ainda "puxa" as fotos nela armazenadas. Sem nenhum clique. Imagine que você está se arrumando para ir ao trabalho e seu espelho não é apenas um espelho comum! Ele tem tecnologia da plataforma surface e assim você poderia combinando suas roupas e ainda consultando informações sobre o tempo, trânsito, recados... Isto representa um grande passo para uma interação homem x máquina mais natural. Segundo a Microsoft, esta seria uma plataforma totalmente nova desde que foi inventado o PC.


Potencial

O preço de venda do Surface ficará entre 5 mil e 10 mil dólares, inicialmente, mas a Microsoft planeja reduzi-lo a um nível acessível aos consumidores individuais dentro de três a cinco anos e introduzir formas e modelos diversificados do produto.
"Nós antecipamos que essa se torne uma categoria multibilionária e planejamos um futuro no qual as técnicas de computação de superfície serão onipresentes, em mesas, balcões e espelhos", afirmou o presidente-executivo da gigante do software, Steve Ballmer, em comunicado.
Os analistas afirmaram que as primeiras aplicações representam apenas um vislumbre do que é possível.
"O potencial quanto a interfaces é imenso", disse Matt Rosoff, analista da Directions on Microsoft, uma empresa de pesquisa independente. "Quando o aparelho for aberto a novos aplicativos, não haverá limites para o que se poderá fazer."
A Microsoft surpreendeu suas parceiras tradicionais na fabricação de PCs e decidiu tomar controle da produção do "computador de superfície" por meio de um fabricante terceirizado não revelado. O equipamento vai funcionar acionado pelo Windows Vista, o novo sistema operacional da empresa.

O preço está salgado por enquanto, mas vai baixar muito com tempo como sempre acontece na indústria da microinformática. Um dia poderemos estar num restaurante, onde a mesa poderá ter a tecnologia surface, e poderemos escolher o prato que queremos e ainda acessarmos a internet ou jogarmos enquanto o prato não chega! E claro, teremos muita propaganda nas telas. Não seria diferente não é mesmo?

Assista ao vídeo abaixo ou clique no link:

Microsoft Surface - The Magic









Thursday, June 07, 2007

Brasil: investment grade - o que isso quer dizer?

Com a Economia entrando nos eixos, a Bolsa batendo recorde dia após dia e a queda das taxas de juros e da inflação, o que se tem discutido com frequência é quando o Brasil vai virar investment grade. Há cerca de um mês todos apostavam que isso só aconteceria na melhor das hipóteses em 2009, mas a agência Fitch no dia 15 de maio surpreendeu ao tornar algumas instituições "grau de investimento", causando furor na Bolsa e aumentando as expectativas até dos mais céticos. O que aconteceu naquele dia é que a agência aumentou a classificação dos maiores bancos brasileiros para BBB-, dentre eles: Bradesco, Itau, Unibanco e Banco do Brasil.
Ora, e por que é importante o Brasil atingir esse tal grau de investimento, ou o nível que atesta que o país é capaz de honrar seus compromissos e considerado seguro para investimentos? O ministro Guido Mantega explica em parte a importância deste indicador: "Se nós atingirmos o grau de investimento significa que o Brasil poderá receber o investimento de fundos de pensão internacionais que operam só em países com grau de investimento [e mais dólares entrarão no país]. Aí nós vamos pensar como nós vamos fazer".
Quanto tempo mais? Segundo a presidente da agência no Brasil, Regina Nunes, "pode ser de um a três anos. Ir mais rápido depende do Brasil - da política fiscal e monetária e, principalmente, de desburocratizar a economia." Um dos itens que impede a tal da classificação é alta relação PIB/ Dívida Pública, problema este que é visto pelas agências e inclusive pelo ministro Paulo Bernardo que admitiu que a dívida pública ainda é grande, assim como o déficit público. Mas por outro lado, ele está otimista com a melhora dos indicadores: "Nossa dívida pública está em 45% do PIB (Produto Interno Bruto), mas ela já foi de mais de 60%, com taxas altíssimas e prazos muito curtos. Temos um déficit público de 3% do PIB. Mas já tivemos de 11% do PIB e a projeção dos economistas é que ele seja zerado até 2010. O Brasil está prestes a adquirir o grau de investimento e o Estado está fazendo a sua parte para chegar a isso", comentou.
O futuro ainda é incerto...Que o Brasil se tornará investment grade já é praticamente um fato, mas o timing e o que mudará no país ainda é incerto. Alguns analistas já fizeram comparações com o que aconteceu com outros países emergentes, mas a amplitude e a situação são diferentes. Por exemplo, tomemos como exemplo o México que é grau de investimento desde março de 2000. Segundo matéria no site da Exame, "a principal mensagem que o México envia ao Brasil é que, por mais importante que seja, o grau de investimento não é capaz de destravar uma economia pouco competitiva. Nesse caso, somente reformas econômicas profundas podem dar conta do recado." Paulo Leme, diretor para mercados emergentes do banco Goldman Sachs complementa: "se nada for feito nesse sentido, os efeitos de um eventual alcance do grau de investimento serão mínimos."

Termino por aqui convidando-os a lerem as inúmeras matérias que saíram na impressa sobre o assunto e chamando atenção ao artigo publicado pela Revista Exame comparando Brasil e México.