Wednesday, September 27, 2006

Skype - vale a pena?



Esses dias estive pensando seriamente em trocar meu telefone fixo de casa por um telefone via internet, utilizando o famoso aplicativo Skype. Isto porque, em qualquer lugar que você vá, tem sempre alguém falando sobre Voip (protócolo de voz sobre IP), o qual o Skype utiliza e na economia gerada por esta modalidade de telefonia. Sem contar meus amigos que tem o Skpe instalado em seus computadores e ficam tentando me convencer a instalar um também! Vamos dar uma olhada nas vantagens e desvantagens, se é que existem desvantagens.


Do ponto de vista tecnológico, o conceito é simples, uma vez uma conexão de banda larga é o suficiente. Compre um headset (fone e microfone), baixe e instale o programa Skype no seu computador. Procure e adicione seus contatos (registrados no Skype) à sua lista. Você está pronto para começar a conversar!

E se você não quiser ficar com o seu computador ligado, compre uma aparelho chamado ATA (Analog Telephone Adapter) que permite a utilização de um telefone Voip, bastando tirar do gancho, quer seja sem fio ou não e disque normalmente.

O Skype também oferece serviços pagos: o SkypeIn, para que as pessoas possam ligar para você por meio de um número, sem um PC; e o SkypeOut, que permite que você ligue para telefones comuns. Os valores devem ser consultados no site (skype), mas costumam ser bons.

O Skype também tem uma versão que roda em computadores de mão, ou seja, você pode pegar o seu handheld (com sistema Windows Mobile), levar para um lugar com acesso Wi-Fi – uma lanchonete, por exemplo – e fazer ligações via internet de graça.

Vale a pena?

Se você estiver falando com alguém que também possui o Skype instalado, você não pagará nada, pois a chamada é de graça, mesmo quee a pessoa esteja em outro país. Caso ela não tenha o serviço contratado, tente convecê-la a ter o mesmo serviço de VOIP que o seu. Vale a pena.

E o fixo - convencional? O que faço com ele?

Agora, você está pensando em trocar o fixo pelo Skype ou outro serviço Voip? Muita calma nesta hora. Isto é, depende de como você utiliza seu telefone. Mas vamos criar alguns cenários:

  • Se o seu maior gasto for de ligações do telefone fixo para celulares, o fone Skype não vai diminuir sua conta – nessa situação, a telefonia pela internet (Voip) quase sempre é mais cara, sendo até 50% a mais caro do que o fixo.

  • Se você liga principalmente para números locais, também não é vantajoso: enquanto a Telefônica cobra aproximadamente R$ 0,05 por minuto, as tarifas no VoIP começam em R$ 0,07.

  • Se você faz ligações interurbanas e internacionais e fala com outras pessoas que tenham uma linha de VoIP da mesma empresa. Nesses casos, a vantagem é clara.Para ligações interurbanas e internacionais, o VoIP é ótimo. Porquê? A voz digitalizada trafega durante boa parte do caminho via internet, sem utilizar a complexa e cara rede internacional de telefonia convencional.

Na prática

Suponha que eu ligue, por exemplo, para Itália. A Telefônica cobra R$ 1 por minuto. A Embratel, R$ 0,68. Já a operadora digital Hip Telecom, por exemplo, cobra R$ 50 mensais por 250 minutos de ligações internacionais para qualquer lugar – o que dá R$ 0,20 por minuto. E, mesmo se eu estourasse a minha cota, as demais chamadas para a Itália custariam R$ 0,24/minuto.

E agora ?

No caso de você ter necessidade fazer muitas ligações de longa distância (DDD ou DDI), troque por uma telefone Voip, que pode ser Skype. São ligações mais baratas que a telefonia tradicional ou até de graça. Nos outros casos, fique com seu telefone fixo e rezar para que as operadoras baixem o custo da ligação. Mas, se mesmo assim, você quiser ter uma alternativa para ligar de vez enquando para pagar menos em chamadas a longa distância, contrate um serviço Voip mínimo.

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Tuesday, September 26, 2006

Reforma não é só política e tributária, é educacional também

A Exame deste mês tem como tema central a educação no Brasil como um dos maiores (senão o maior) fator que entrava o crescimento no Brasil.. A matéria da revista está embasada no estudo que o Banco Mundial realizou sobre o tema. Segundo o estudo, dentre os principais países emergentes (incluem-se aí nossos amigos China, Índia, México, Rússia entre outros) o Brasil é o pior colocado. Temos aqui a maior taxa de analfabetismo 13%), a menor média de escolaridade da população (5 anos), a menor participação de mão-de-obra especializada na força de trabalho (9%), a maior repetência no ensino fundamental (21%) e a menor qualidade do ensino de ciências e de matemática.


Lembram do artigo sobre competitividade ? O Brasil foi classificado pelo ranking da Fiesp número 38 de um ranking de 43 países. O que este estudo do Banco Mundial demonstra é que o baixo crescimento do país (ou seja, sua falta de competitividade) está altamente relacionado à baixa qualidade de ensino. Embora o estudo do Fiesp tenha demonstrado que o Brasil melhorou o índice IDH e indicadores de educação como taxas de matrícula, alfabetização e escolaridade, essa melhora ainda é insignificante frente ao desenvolvimento dos outros países.


Conclusões do estudo São duas as principais conclusões que chegamos ao ler o artigo da Exame: (1) o brasileiro passa muito pouco tempo na escola e (2) ainda que o brasileiro passe mais tempo na sala de aula, ainda precisa efetivamente transformar isso em aprendizado. O brasileiro estuda em média 5 anos. Segundo a revista, estima-se que se os brasileiros permanecessem na escola os 12 anos que os americanos, a renda nacional seria mais que o dobro da atual.


Fica a questão, como melhorar? O que fazer? Fora o óbvio que é melhorar a qualidade da educação nas escolas e investir mais, nos deparamos com outros problemas de mesma importância: para arranjar um emprego, ainda só é preciso ler e escrever. Para que cursar então, o ginásio e o colegial? Não é por acaso que a média de anos de estudo no Brasil é de 5 anos. É preciso reestruturar a educação no Brasil, ensinar a aprender e a estudar como é o sistema americano.


O dilema tostines Denise Neumann do Jornal Valor Econômico descreve bem o dilema da educação no Brasil: "Dois movimentos simultâneos vão mudar essa correlação de forças: mais crescimento e mais educação. Mas é quase um dilema de "tostines", pois elevar o nível de qualificação da população e da mão-de-obra é fundamental para que o país possa elevar seus níveis de produtividade e crescer mais. Ao mesmo tempo, sem mais crescimento, não serão gerados empregos na velocidade suficiente para evitar que a renda média de 8 milhões de famílias continue inferior a um salário mínimo - hoje, R$ 350."


O contraste Enquanto o artigo da Exame fala sobre a dificuldade que empresas como a FNAC, Atento, entre outras possuem para conseguir contratar profissionais qualificados, na mesma revista Exame, algumas páginas adiante há uma entrevista com Aguinaldo Ricieri. Ricieri tem 49 anos, é graduado em física pela USP e engenharia aerospacial no ITA e cobrou 3 milhões de reais pela sua última consultoria. O segredo? Ele usa cálculos matemáticos avançados para solucionar problemas do cotidiano, identificando com precisão a maneira exata de produzir, transportar ou desenhar um produto. Ricieri ajudou a Petrobrás a desenvolver um combustível que deixasse menores resíduos, a Vale a diminuir a emissão de polientes de torres de minérios de ferro e atualmente trabalha no aperfeiçoamento da logística de uma usina de etanol. Alguém ainda tem dúvida do poder da educação?


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Thursday, September 21, 2006

Fundamentalistas e Grafistas

A Bovespa fechou ontem em queda de 1,92%, entre outras coisas, reflexo das notícias de corrupção envolvendo o partido do presidente Lula. Já na terça, dia 19, Miriam Leitão na rádio CBN dizia que o ambiente econômico, embora estável, era abalado pela "penumbra" criada sobre o país, o que os economistas chamam de crise de credibilidade. "Existe uma intranqüilidade do mercado em relação ao cenário político interno", afirma Tommy Taterka, operador da corretora Concórdia. "Os investidores estrangeiros continuam deixando o país, porque, se Lula ganhar --o que é o mais provável--, continuará no poder o partido cujos integrantes têm sido envolvidos nas denúncias."

Frente a tudo isso, o que o pobre investido pode fazer? Existem duas correntes de análise de ações utilizadas no mercado: a fundamentalista e a grafista, que veremos um pouco mais a seguir.


Fundamentalistas Os fundamentalistas se preocupam com os dados reais da empresa, como produtividade, modernidade da planta, mercado de seus produtos, inserção na economia internacional, nível de endividamento, capacidade de crescimento dadas as expectativas macroeconômicas do país. Estas avaliações todas devem ser quantificadas, ou seja, avaliadas em números, que devem refletir crescimento esperado e comportamento das receitas e despesas. Com base então em dados concretos, avaliados de forma subjetiva, porém metodológica, o analista pode estimar quanto a ação deverá estar valendo num período qualquer.


Grafistas Avaliam o que se deve esperar de uma ação a partir de seu desempenho passado, e a partir de uma suposta repetição de padrão de comportamento que ocorre com qualquer ativo financeiro. Estes analistas tomam suas decisões de compra e venda de ativos apenas olhando o comportamento dos gráficos. Este instrumento é muito utilizado para as operações de daytrading, onde o investidor trabalha com uma posição vendida/ comprada e ganha dinheiro neste curtíssimo prazo. Após breve análise, o grafista define qual o ponto em que deve vender ou comprar a ação e ganha nesse intervalo. Como todo investimento, cautela é a palavra de ordem e, mesmo para os mais empolgados, recomenda-se utilizar essa ferramenta com cuidado e amparar-se em outras ferramentas.


E agora? Fundamentalistas ou grafistas, a opinião sobre a situação atual é a mesma: atenção. Segundo o site Infomoney, o momento é de indefinição para o índice Ibovespa, que tem oscilado entre a resistência do 38 mil pontos e o suporte em torno do patamar dos 35 mil pontos. Lembram-se que os mais otimistas previam que o Ibovespa ia fechar o ano a 50.000 pontos se continuasse no mesmo ritmo do primeiro semestre? Pois é, hoje os fundos de investimentos com gestores mais conservadores projetam que o Ibovespa fechará o ano a 32.000 pontos...

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Tuesday, September 19, 2006

Golpe na Globalização

Dias atrás (20/09), ficamos sabendo através dos jornais sobre o Golpe de Estado na Tailândia. Parece um país tão pequeno ... mas que causou grande impacto negativo nas bolsas ao redor do mundo! Mas porquê? Bem, vivemos num mundo cada vez mais interligado, onde os países fazem parte de um longa cadeia de fornecimento. Cada qual em sua especialidade, onde empresas investem bilhões de dolares para tirarem o máximo proveito das oportunidades e poderem entregar a você consumidor um produto ou serviço que satisfaça suas necessidades. A Tailândia, por exemplo, é um fornecedor de componentes eletrônicos para computadores pessoais da gigante Dell. Pode ser que seu microcomputador possua um Hard Disk da marca Hitachi (gigante japonesa) fabricado lá mesmo, na Tailândia. Quando um elemento da cadeia tem algum problema, todo resto tende a sofrer um efeito "chicote", gerando desconfiança por parte de quem investe. Em um mundo globalizado, todos os participantes do jogo devem estar cientes de seu papel e de como seu comportamento pode influenciar o resto dos participantes e a si próprio. O pior para o país participante do jogo é de ficar fora de várias jogadas por muito tempo. Isto significa que seu crescimento será menor ou nulo e que não haverá prosperidade para sua população. Não haverá dinheiro também para se investir em educação dos jovens e logo não formará uma mão-de-obra de alto nível para o mercado de trabalho. É um efeito em cadeia.
Turbulências

O processo de globalização continua sim, apesar das turbulências e é inevitável, porém existem algumas forças que poderão fragilizá-lo, uma vez que se encontra atrelado ao processo de democratização. São desafios à Governabilidade.

Desigualdades sociais e falta de oportunidade formando uma grande população de jovens descontentes. Governos que tendem a suprimir as discordâncias através do autoritarismo para manter a ordem, fomentando o surgimento de novas insurgências.

O forte nacionalismo e uma tendência de populismo desafiarão a Tailândia, Laos, Birmânia, Camboja, que não tem dado conta das crescentes exigências populares e por isso correm o risco de fracassarem como Estados.
A identidade religiosa radical com a proclamação de um novo califado poderia fomentar ainda mais conflitos, com uma nova geração de terroristas, quer sejam muçulmanos ou não. Uma nova onda de insegurança global se faria presente.


Este incidente na Tailândia nos faz refletir sobre países latinos como Bolívia, Venezuela e em nós mesmos, nossas necessidades de crescer e construir um páis melhor para nós e para todos os jovens que hoje sonham em prosperar e como alerta para tirar do ostracismo aqueles que ficaram apáticos à sociedade.

Veja também:

Prêmio Nobel de Economia ataca fundamentalistas do mercado
Exército dá Golpe de Estado na Tailândia

Livro

O Relatório da CIA - Como será o mundo em 2020

Friday, September 15, 2006

A Cauda Longa

Afinal, o que é a tal da "Cauda Longa" É um termo estatístico para identificar distribuições de dados onde o volume de dados descresce ao longo do tempo, durante um período longo. Este termo foi utilizado pela primeira vez em relação ao consumo, por Chris Anderson em 2004 em em um artigo da revista "Wired" e aplica-se à internet, à transação de músicas pela rede, aos vastos nichos da chamada nova economia.
Segundo Anderson, produtos que possuem uma baixa demanda ou volume baixo de vendas podem, em conjunto, formar um market share equivalente ou mesmo superior aos campeões de venda, desde que o canal de distribuição seja grande o suficiente. O varejo tradicional em lojas concentra-se em vender os itens mais populares, pois não é possível ter em estoque cada um dos milhões de livros, CDs e DVDs que é produzido. Os varejistas on-line, no entanto, não precisam preocupar-se com espaço de prateleira limitado; despachando os produtos para os clientes diretamente dos grandes armazéns espalhados pelo mundo, podem anunciar e vender o milionésimo título mais popular tão facilmente quanto o número um dos mais vendidos. O acesso a essa longa cauda de vendas de baixo volume se converte em uma quantidade imensa de renda.
O caso Amazon.com e um exemplo brasileiro Ainda de acordo com Anderson, a maior parte das vendas de livros da Amazon.com vem de fora dos seus títulos principais. Suas prateleiras virtuais possuem cerca de 3,7 milhões de livros diferentes, diferentemente de uma livraria convencional. Um estudo feito com a Amazon mostrou que, por ter uma “prateleira” maior de livros à venda, o faturamento dos livros menos polulares (fora dos 100 mil principais títulos) representava em torno de um quarto da receita. Daí a razão de haver tanta discussão sobre o assunto. Nas empresas convencionais, segundo a Regra de Pareto, 20% dos produtos representam 80% do faturamento. Se a loja é uma livraria, sabemos que o último livro de Paulo Coelho representa uma boa parte do faturamento, portanto é totalmente racional que o dono da livraria deixe um espaço maior (do já limitado espaço) para este lançamento.
Já falamos da Amazon, agora está na hora de falar de um exemplo brasileiro: a Livraria Cultura. Quem visitou o site on-line já viu: tem de tudo: livros de arquitetura, de negócios, de pintura. E vende também o Paulo Coelho. Em inglês, francês, alemão e italino. Ela cresce porque vende Paulo Coelho, best-seller assegurado, mas também porque mantém em estoque os livros menos demandados, atendendo a nichos diferenciados.

Será o fim dos hits? Qual a vantagem de possuir esses pequenos produtos no seu catálogo? Por mais que o conceito seja utilizado na chamada Nova Economia, ele se apóia em um conceito para lá de antigo: o custo de manutenção de um produto muito procurado é igual ao custo de manutenção de um produto procurado apenas por um número mínimo de consumidores. Para quem ainda não entendeu, veja o YouTube: o custo de colocar um hit é o mesmo de colocar aquele vídeo da sua formatura de colegial que só interessa a você, seus familiares e alguns colegas de escola. Ótimo sinal, pois isso indica que o mercado pode deixar de ser massificado para, de agora em diante, diversificar. Em uma era sem problema de espaço nas prateleiras e sem gargalos de distribuição, produtos e serviços segmentados podem ser economicamente tão atrativos quanto produtos de massa.

Tudo bem, a teoria é interessante, mas uma pergunta paira no ar: será que a cultura de nichos vai acabar com o hits? O próprio Anderson responde a pergunta: "Algumas pessoas que analisaram a teoria disseram que seria o fim dos hits, mas elas se enganaram. O livro não diz isso. O que digo é que o monopólio dos hits está comprometido. No século 20 havia os hits ou nada, no século 21 teremos os hits e os nichos. Os hits irão competir com milhares de produtos de nicho, mas sempre teremos hits. A conseqüência é que os mercados serão mais diversificados
e cada vez menos concentrados. "
Veja também:

Wednesday, September 13, 2006

Bancos - faturando com as tarifas

Todos nós temos conta em algum banco e pegamos taxas do momento da abertura da conta até o seu fechamento. Durante o tempo que a conta está aberta, nos são cobradas taxas (tarifas) para todo o tipo de serviço e até alguns que desconhecemos e nos obrigam a ficar ligando para nossos gerentes e pedindo explicações. Bem, quando isto começou? Essas tarifas foram instituídas em 1994, quando a estabilidade econômica eliminou os ganhos dos bancos na ciranda financeira e essas taxas crescem continuamente. Os banqueiros ficaram muito felizes, pois descobriram poderiam oferecer uma quantidade enorme de serviços e cobrar por eles (um extrato é um serviço!!!). De acordo com um levantamento feito pela consultoria Austin Rating para a revista DINHEIRO mostrou que as receitas dessas taxas aumentaram 1.084% em cinco dos maiores bancos.

Alguns dados sobre o faturamento de 1994 a 2005

Bradesco
1994 - R$510,8 milhões
2005 - R$7,34 bilhões

Banco do Brasil

1994 - R$1,02 bilhão
2005 - R$7,64 bilhões

Unibanco

1997 - Saldou toda sua folha de pagamento com o dinheiro das tarifas.

Próxima fronteira
Além de criarem mais e mais serviços, os bancos também continuam agressivos no aumento da base de clientes. Na outra ponta, fazem de tudo para cortar seus custos nas agências e nos processos internos, aumentando sua lucratividade. Por outro, lado oferecem a internet banking, onde o custo da transação é baixíssimo e não pagamos para acessá-lo. Problemas de segurança a parte, todos nós preferimos utilizar o Internet banking para os mais diversos serviços porque é mais prático, não temos que ficar bufando nas filas das agências. Além disso, muitos serviços e produtos diferenciados podem ser adicionados ao internet banking e até mesmo plataformas diferentes (além do seu computador pessoal) para que você tenha o seu "banco no bolso" com os serviços para mobiles. Mas fique atento, porque parece que esta fronteira também será taxada. God save the Queen!!!


Veja também:

Saturday, September 09, 2006

Brasil - número 38 no ranking de competitividade

Essa semana gostaria de comentar um pouco sobre o ranking de competitividade elaborado pela Fiesp com 43 países, onde o Brasil se encontra atualmente na posição de número 38 (na frente apenas de Filipinas, Colômbia, Turquia, Índia e Indonésia). Embora todo estudo esteja passível de críticas, acredito ser de extrema importância colocarmos em pauta o assunto "competitividade", principalmente em tempos onde a falta da mesma causa demissões em massa como na Volks.
A defininição da Fiesp sobre competitividade é : "Competitividade é a capacidade de um país de criar condições para que as empresas nele instaladas produzam o maior bem estar possível para seus cidadãos e que façam-no crescer ao longo do tempo em relação ao dos cidadãos de outros países. Envolve, portanto, um conjunto de fatores que devem ser orientados à construção de vantagens competitivas, tais como: Economia Doméstica, Governo, Capital, Infra-Estrutura, Tecnologia, Comércio Internacional, Empresarial e Capital Humano."

Para atribuir notas aos países, o índice avalia 83 indicadores de 43 economias. Os 83 indicadores avaliam desde a situação econômica doméstica e o grau de abertura comercial até as condições de financiamento privado e público e os indicadores sociais. Segundo o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, a valorização da taxa do câmbio, a alta carga tributária e os juros elevados foram os responsáveis pelo baixo resultado do país. Mesmo assim, o Brasil conseguiu subir um degrau no ranking (no ano passado estava em trigésimo nono lugar) devido a um incremento no comércio internacional, que vem crescendo nos últimos anos. Entre os fatores que contribuíram para esse novo cenário, Roriz destaca a diminuição dos spreads bancários, o leve aumento da produtividade na indústria e na agricultura e os investimentos – estes, no entanto, ainda bem aquém da média dos países selecionados. Embora os spreads e os juros venham caindo, seu valor ainda é superior em relação aos países analisados. Os juros para empréstimos de curto prazo, em 2004, oscilaram em torno de 54,7, ante 6,3% dos países que integram o Índice. Mesmo no bloco das nações menos competitivas, do qual o Brasil faz parte, essa média oscilou em 11,3% ao ano. “A utilização de juros altos como único instrumento de combate à inflação tem sérias conseqüências sobre a competitividade: inibe o desenvolvimento do crédito, e conseqüentemente, o investimento privado”, explicou Roriz.
O estudo ainda analisa os principais fatores de competitividade e chega à seguinte conclusão em relação o Brasil:
    • Ambiente de negócios: tem sido marcado pela instalibilidade, alto custo, e portanto, baixa expectativa de crescimento, o que inibe investimentos e reduz gastos sociais;
    • Comércio internacional: melhora na balança comercial com predominância de commodities (fruto de vantagens comparativas) e manufatura de baixo valor agregado;
    • Produtividade: dadas as baixas taxas de crescimento da produtividade total e principalmente industrial, o gap frente aos países de competitividade elevada tem aumentado, e estamos sendo alcançados pelos países selecionados (República Tcheca, Hungria, Polônia, Rússia, Coréia, Tailândia, China, Malásia, Índia, Indonésia e Africa do Sul);
    • Recursos Humanos: significativa evolução do IDH e indicadores de educação: taxas de matrícula, alfabetização e escolaridade;
    • Tecnologia: gastos em P&D maiores que a média dos países selecionados e crescente participação de high-tech na pauta, embora menor que nos países selecionados; e
    • Infra-estrutura: apesar de melhor que dos países selecionados, encontra-se muito defasada em relação aos países competitivos.

O curioso é que, aliado a este resultado, no dia 06 de setembro o Banco Mundial divulgou os resultados de uma pesquisa em que classifica o Brasil como o quarto pior país para realizar negócios na América Latina. O Brasil é o país latino-americano onde mais demora para se abrir um negócio: em média 152 dias, prazo este cinco vezes o necessário no México ou no Chile. Entre os países da América Latina, o Brasil também é o país onde se paga a maior quantidade de encargos trabalhistas e onde se gasta mais horas do ano pagando impostos. Em média, uma empresa gasta 2,6 mil horas por ano envolvida com as burocracias de pagar taxas, mais de quatro vezes o tempo necessário na Argentina.

Hoje eu lia uma matéria na Veja sobre comportamento que dizia que não é possível definir a personalidade de uma pessoa somente pelo DNA ou somente pelo ambiente de criação. Estes dois fatores são, na realidade, inseparáveis e fundamentais na formação de nossa personalidade. O mesmo ocorre com a competitividade: não é possível dizer que seremos mais competitivos somente cortando taxas de juros e spreads bancários, mas sim por meio de ações conjuntas: investimento em infra-estrutura, educação, câmbio competitivo entre outros fatores. Embora cada um seja fundamental, não é fácil definir o quanto cada um influi na "personalidade" de nossa Economia e qual a prioridade.

Dica para o Estudante:

Tuesday, September 05, 2006

Vôlei - Lição de Planejamento


Vocês acreditam que somos Hexacampeões? Não estou louco, somo hexacampeões!!! E no vôlei!!! Esqueçam o futebol de estrelas milionárias que mais pareciam baratas tontas nos jogos da Copa do Mundo da Alemanha. Foi mérito só dos jogadores? Do técnico? Não, isso ajudou mas as vitórias conseguidas e o sucesso alcançado foi devido a Liderança e Planejamento.

Se analisarmos a estrutura do empresa, isto é, da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), veremos que temos pessoas extramente competentes e focadas em seu negócio, como nas grandes empresas. O presidente da CBV, Ary Graça Filho, foi jogador e depois fez carreira no mercado financeiro onde ganhou o título de presidente de honra do Instituto Brasileiro de Executivos em Finanças!

35 milhões de Reais é o que movimenta o negócio do Vôlei no Brasil.

Como a CBV trabalha?

Nessa estrutura onde o Ary Graça seria o Presidente da Empresa, seus técnicos (Bernardinho e José Guimarães) seriam seus CEOS. Eles são os responsáveis pelo treinamento e motivação da equipe e por achar diferenciais que mantenham o grupo no topo do ranking. Sua empresa é assim? Além disso, são responsáveis em conjunto por Inovação! Exemplo: criam equipamentos específicos para avaliar as condições físicas dos atletas. As inovações fazem parte de uma administração muito bem planejada. Talvez seja esse o grande trunfo do vôlei, o planejamento de negócios, nos moldes do que é feito em uma multinacional. E ele começa com o objetivo. Há cinco anos, a CBV decidiu que chegaria ao pódio em todas as competições que disputasse, do infantil ao adulto – e cumpriu a promessa. E isso só foi possível graças à sinergia entre a parte administrativa e técnica. Ou seja, elas se complementam, mas uma não interfere no trabalho da outra.

MERITOCRACIA

A CBV possui olheiros (head-hunters) que cuidam da renovação dos atletas. Seus olheiros, os “head-hunters”, acompanham os campeonatos regionais e caçam talentos, que são encaminhados para o centro de treinamento de Saquarema (RJ). Os "aprendizes" que passam na peneira ficam cinco meses no local, que conta com 200 leitos, academia de ginástica, aulas de inglês e espanhol e, é claro, muitas quadras para fazerem o que mais gostam: jogar vôlei. Esses aspirantes ao estrelato têm muitas jogadas pela frente antes de atingirem as pequenas mordomias dos atletas top de linha. “Os benefícios são conquistados com méritos”, diz José Fardim, superintendente da CBV. Portanto, quem chega em Saquarema pela primeira vez divide o quarto com seis pessoas. Já os atletas da seleção têm direito a quarto duplo. E, como os custos são controlados, só os campeões olímpicos podem viajar de primeira classe nos aviões. Mordomia? Não. Meritocracia, um conceito tão comum nas empresas modernas.

Veja também:
Bernardinho