Sunday, December 31, 2006

Feliz Ano Novo


Em nome de todos os colaboradores do Café com Economia, desejamos aos leitores deste blog um excelente ano de 2007 e muitas reflexões no campo da Economia :-)

Saturday, December 23, 2006

Risco-país

Estes dias, eu estava curioso sobre como funciona o tal indicador risco-país. Todos noticiários falam dele, e já tem gente falando sobre risco-país em mesa de bar! Procurei então em vários sites e compilei isto neste artigo. Espero que ajude no entendimento inicial do assunto.
O indicador risco país se tornou popular já em 2002 no momento da eleição presidencial, quando atingiu patamares estratosféricos, e agora segue em queda, o que apresenta uma percepção melhor da comunidade financeira internacional em relação ao Brasil. Antes de descrever como o indicador criado pelo banco norte-americano JP Morgan é calculado, vale a pena entender como funciona o mercado internacional de renda fixa, no qual o indicador se baseia.

Governos emitem papéis

Muitos países, principalmente aqueles como o Brasil, que emitem uma parcela reduzida de títulos de dívida pré-fixada de prazo mais longo no seu próprio mercado doméstico, acabam recorrendo ao mercado internacional. Estes títulos nada mais são do que obrigações do Governo, no qual ele toma emprestado a uma determinada taxa junto aos investidores. Além do Brasil, muitos outros países emitem estes títulos no mercado, tentando atrair a atenção e os recursos dos investidores internacionais. A maioria destes papéis é emitida em dólares, sendo conhecidos como no mercado como bonds, ou bônus.

Remuneração

Como todos estes governos "concorrem" pelos recursos dos investidores, a taxa de remuneração destes papéis depende do risco do país. Quer dizer que, se um país que tem um histórico de pagamentos em dia e sem sobressaltos, como os EUA, por exemplo, consegue captar dinheiro a uma taxa muito inferior a países com histórico recente de "problemas de crédito e calotes", como Argentina, Equador por exemplo. Esta remuneração é definida por uma taxa anual, ou seja, o quanto o governo tem que pagar por ano para "convencer" os investidores de que vale a pena investir. No caso dos EUA, a remuneração para um prazo de 10 anos fica na faixa de 4,60% ao ano, enquanto no caso do México, considerado um risco intermediário, os juros ficam em torno de 5,60%. Já no Brasil, mesmo com a melhora na perspectiva registrada nos últimos meses, a remuneração supera 6,60% ao ano. Estas taxas ainda podem mudar em intervalos bem curtos através da mudança no preço dos títulos. Com isso, se a situação piorar, os investidores buscam vender seus títulos, levando à queda nos preços e no aumento da remuneração. Caso a situação melhore, o inverso ocorre.

Títulos dos EUA servem como referência

Para facilitar a análise comparativa entre os vários títulos, o mercado resolveu adotar um conceito de desempenho relativo, ou seja, comparar a rentabilidade dos títulos com um papel de referência. No caso das emissões em dólares, a referência fica com os próprios títulos do Tesouro norte-americano, que apresentam baixo risco e grande liquidez. Criou-se assim o conceito de diferencial - spread. No caso dos papéis do México, o diferencial de juros é de, neste exemplo, de 1 ponto percentual (5,60% pagos pelo México menos 4,60% pagos pelos EUA). Já na situação brasileira atual, o spread fica em torno de 2 pontos percentuais. Como nem todos os diferenciais são tão grandes como aqueles do México e do Brasil, o mercado costuma classificar este diferencial em pontos base. Isso nada mais é do que multiplicar o retorno por 100, obtendo, no caso do Brasil, um diferencial próximo de 200 pontos base.
Índice de Bonds de Países Emergentes
Como cada governo que emite papéis no mercado externo em geral tem mais do que um título no mercado, o banco norte-americano decidiu criar um índice, que pudesse combinar todos estes papéis e obter um indicador único, que pudesse ser usado como uma medida de risco global. Com isso, o JP Morgan criou, no final de 1993, o Embi+ (Emerging Markets Bond Index Plus), ou Índice de Bonds de Países Emergentes, que mede o desempenho de uma vasta carteira de países, atualmente em 21. Dentre eles, podemos citar latino-americanos como Brasil, Argentina, México, Colômbia e Venezuela; europeus como Rússia, Bulgária e Polônia; e africanos como Nigéria. Mas também foi criado um índice específico para cada país como por exemplo Embi+Brasil que é o risco-país que ouvimos quase todos os dias.
Veja também:

Sunday, December 17, 2006

Ser investidor é ser um estrategista!


Hoje em dia, com a grande quantidade de opções de investimentos no mercado, decidir no que aplicar o dinheiro transforma todo investidor num grande estrategista. Não basta verificar o rendimento mensal, é preciso ver quais são as suas necessidades, se o investimento é de curto ou longo prazo, se você suporta perda de capital, entre outras coisas. Senão, você pode simplesmente entrar em pânico ao ler notícias como estas: "Em trinta dias, fundos perdem R$ 3,2 bilhões para outros investimentos" (fonte: UOL Economia). Muita calma antes de sair correndo para tirar seu dinheiro daquele investimento no banco, respire fundo e tente entender os fatos!! Se levarmos em conta o ano, os fundos de investimentos captaram cerca de R$ 70 bilhões, número considerável, não é mesmo? Porém, nos últimos 30 dias, principalmente puxado pelo resultado dos fundos de renda fixa, foi significativa a retirada do dinheiro dos mesmos.

Com certeza você já deve ter ouvido em algum lugar (no rádio ou mesmo no Fantástico) que, somadas a taxa de administração cobrada pelos fundos, o rendimento da renda fixa é menor do que outros mais conservadores. Como o próprio artigo menciona do UOL menciona, "com os sucessivos cortes na taxa Selic, que passou de 19,75% para 13,25% ao ano, as aplicações em fundos DI e de renda fixa oferecem, agora, retornos menos interessantes. Enquanto isso, outros investimentos seguem incólumes ao processo de afrouxamento da política monetária, como caderneta de poupança, imóveis e ações."

Vamos entender agora como funcionam os rendimentos destas aplicações:

Caderneta de poupança: rendimento atrelado à TR - Taxa Referencial (em outras palavras, a adoção de uma política monetária expansionista não afeta seu retorno);

Fundos de Renda Fixa: investem prioritariamente em instrumentos de renda fixa (títulos de valores mobiliários de dívida que têm uma estrutura de pagamentos estabelecida) - CDB (Certificado de Depósito Bancário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário), NTN (Notas do Tesouro Nacional), BBC (Bônus do Banco Central). Na categoria de fundos de investimentos fixos, temos os fundos atrelados a SELIC e CDI que são o grande X da questão atualmente com a queda da taxa de juros, cujo objetivo principal é seguir a evolução das taxas de juros básicas da economia - CDI/SELIC. Ainda nesta categoria podemos citar também fundos que buscam retornos através de investimentos em ativos referenciados na variação de índices de preços (inflação), câmbio e títulos internacionais.

Fundos de Renda Variável: investem prioritariamente em ações (títulos de valores mobiliários representativos de participação no capital e nos lucros de uma empresa) e commodities. A lógica é simples, mas como o investidor deve saber, existem inúmeros tipos de fundos de renda variável dentro de cada um dos grupos citados acima: os fundos indexados buscam replicar (nem ganhar nem perder) um determinado indexador ou benchmark, os setoriais investem em ações de um determinado setor ou empresa, os livres buscam proporcionar crescimento do capital investido por meio da não utilização dos objetivos citados acima ou os que tentam otimizar a evolução de um determinado índice ou de um determinado setor e os fundos internacionais compõem prioritariamente sua carteira com ações de empresas que não sejam brasileiras.

Fora isso, ainda existem os fundos de rendimento misto que vou deixar para explicar em outra ocasião, mas que o leitor pode ler no site sobre investimentos do Estadão, de onde muitas definiçoes deste artigo foram retirados: http://www.estadao.com.br/investimentos/

Uma dica: antes de retirar seu dinheiro do fundo de investimento: estude não só o rendimento, mas também como ele funciona, as taxas a serem pagas e os impostos incidentes. E leve em conta o seu perfil (não adianta ter aversão a perda de dinheiro e comprar ações!) e o tempo que vai deixar o dinheiro investido.

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Thursday, December 07, 2006

Migração e Estabilidade Populacional

Projeções do Censo nos Estados Unidos revelam que metade da população mundial vive em territórios de baixa fertilidade não são suficientes para repor suas populações atuais. Esses países incluem não só os europeus, a Rússia e o Japão, onde o problema é particularmente sério, mas também outras regiões desenvolvidas como Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e países do leste da Ásia, como Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coréia do Sul. Alguns países em desenvolvimento como Turquia, Argélia, Tunísia e Líbano, também tiveram queda abaixo de 2,1 crianças por mulher, taxa necessária para se manter a estabilidade populacional a longo prazo.

A China é um caso especial, no qual a transição para uma população mais idosa - cerca de 400 milhões de chineses terão mais de 65 anos em 2020 - é particularmente preocupante, e o surgimento de um sério desiquilíbrio de gêneros pode ter graves repercussões políticas, sociais e mesmo internacionais. Um sistema pecuniário problemático indica que muitos chineses terão de continuar a trabalhar na velhice.

A migração tem o potencial de ajudar a resolver o problema do declínio da população economicamente ativa na Europa e, em grau menor, na Rússia e no Japão; provavelmente, os movimentos migratórios se tornarão uma característica importante no mundo de 2.020, mesmo que muitos dos migrantes não tenham status legal. Os países que os receberão enfrentarão o desafio de integrar esses novos imigrantes de maneira a minimizar os conflitos sociais em potencial.

A remessa de divisas de trabalhadores migrantes é cada vez mais importante para economias em desenvolvimento. Alguns economistas acreditam que, nos países mais pobres, as remessas são maiores que os investimentos diretos estangeiros e, em alguns casos, maiores até mesmo que a receita das exportações.

Hoje, metade dos médicos de PhDs nigerianos reside nos EUA. A maioria dos especialistas não espera que a atual tendência de "fuga de cérebros" do Oriente Médio e da África diminua. Na verdade, ela pode aumentar com o crescimento das oportunidades de trabalho, particularmente na Europa.
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