Sunday, December 31, 2006

Feliz Ano Novo


Em nome de todos os colaboradores do Café com Economia, desejamos aos leitores deste blog um excelente ano de 2007 e muitas reflexões no campo da Economia :-)

Saturday, December 23, 2006

Risco-país

Estes dias, eu estava curioso sobre como funciona o tal indicador risco-país. Todos noticiários falam dele, e já tem gente falando sobre risco-país em mesa de bar! Procurei então em vários sites e compilei isto neste artigo. Espero que ajude no entendimento inicial do assunto.
O indicador risco país se tornou popular já em 2002 no momento da eleição presidencial, quando atingiu patamares estratosféricos, e agora segue em queda, o que apresenta uma percepção melhor da comunidade financeira internacional em relação ao Brasil. Antes de descrever como o indicador criado pelo banco norte-americano JP Morgan é calculado, vale a pena entender como funciona o mercado internacional de renda fixa, no qual o indicador se baseia.

Governos emitem papéis

Muitos países, principalmente aqueles como o Brasil, que emitem uma parcela reduzida de títulos de dívida pré-fixada de prazo mais longo no seu próprio mercado doméstico, acabam recorrendo ao mercado internacional. Estes títulos nada mais são do que obrigações do Governo, no qual ele toma emprestado a uma determinada taxa junto aos investidores. Além do Brasil, muitos outros países emitem estes títulos no mercado, tentando atrair a atenção e os recursos dos investidores internacionais. A maioria destes papéis é emitida em dólares, sendo conhecidos como no mercado como bonds, ou bônus.

Remuneração

Como todos estes governos "concorrem" pelos recursos dos investidores, a taxa de remuneração destes papéis depende do risco do país. Quer dizer que, se um país que tem um histórico de pagamentos em dia e sem sobressaltos, como os EUA, por exemplo, consegue captar dinheiro a uma taxa muito inferior a países com histórico recente de "problemas de crédito e calotes", como Argentina, Equador por exemplo. Esta remuneração é definida por uma taxa anual, ou seja, o quanto o governo tem que pagar por ano para "convencer" os investidores de que vale a pena investir. No caso dos EUA, a remuneração para um prazo de 10 anos fica na faixa de 4,60% ao ano, enquanto no caso do México, considerado um risco intermediário, os juros ficam em torno de 5,60%. Já no Brasil, mesmo com a melhora na perspectiva registrada nos últimos meses, a remuneração supera 6,60% ao ano. Estas taxas ainda podem mudar em intervalos bem curtos através da mudança no preço dos títulos. Com isso, se a situação piorar, os investidores buscam vender seus títulos, levando à queda nos preços e no aumento da remuneração. Caso a situação melhore, o inverso ocorre.

Títulos dos EUA servem como referência

Para facilitar a análise comparativa entre os vários títulos, o mercado resolveu adotar um conceito de desempenho relativo, ou seja, comparar a rentabilidade dos títulos com um papel de referência. No caso das emissões em dólares, a referência fica com os próprios títulos do Tesouro norte-americano, que apresentam baixo risco e grande liquidez. Criou-se assim o conceito de diferencial - spread. No caso dos papéis do México, o diferencial de juros é de, neste exemplo, de 1 ponto percentual (5,60% pagos pelo México menos 4,60% pagos pelos EUA). Já na situação brasileira atual, o spread fica em torno de 2 pontos percentuais. Como nem todos os diferenciais são tão grandes como aqueles do México e do Brasil, o mercado costuma classificar este diferencial em pontos base. Isso nada mais é do que multiplicar o retorno por 100, obtendo, no caso do Brasil, um diferencial próximo de 200 pontos base.
Índice de Bonds de Países Emergentes
Como cada governo que emite papéis no mercado externo em geral tem mais do que um título no mercado, o banco norte-americano decidiu criar um índice, que pudesse combinar todos estes papéis e obter um indicador único, que pudesse ser usado como uma medida de risco global. Com isso, o JP Morgan criou, no final de 1993, o Embi+ (Emerging Markets Bond Index Plus), ou Índice de Bonds de Países Emergentes, que mede o desempenho de uma vasta carteira de países, atualmente em 21. Dentre eles, podemos citar latino-americanos como Brasil, Argentina, México, Colômbia e Venezuela; europeus como Rússia, Bulgária e Polônia; e africanos como Nigéria. Mas também foi criado um índice específico para cada país como por exemplo Embi+Brasil que é o risco-país que ouvimos quase todos os dias.
Veja também:

Sunday, December 17, 2006

Ser investidor é ser um estrategista!


Hoje em dia, com a grande quantidade de opções de investimentos no mercado, decidir no que aplicar o dinheiro transforma todo investidor num grande estrategista. Não basta verificar o rendimento mensal, é preciso ver quais são as suas necessidades, se o investimento é de curto ou longo prazo, se você suporta perda de capital, entre outras coisas. Senão, você pode simplesmente entrar em pânico ao ler notícias como estas: "Em trinta dias, fundos perdem R$ 3,2 bilhões para outros investimentos" (fonte: UOL Economia). Muita calma antes de sair correndo para tirar seu dinheiro daquele investimento no banco, respire fundo e tente entender os fatos!! Se levarmos em conta o ano, os fundos de investimentos captaram cerca de R$ 70 bilhões, número considerável, não é mesmo? Porém, nos últimos 30 dias, principalmente puxado pelo resultado dos fundos de renda fixa, foi significativa a retirada do dinheiro dos mesmos.

Com certeza você já deve ter ouvido em algum lugar (no rádio ou mesmo no Fantástico) que, somadas a taxa de administração cobrada pelos fundos, o rendimento da renda fixa é menor do que outros mais conservadores. Como o próprio artigo menciona do UOL menciona, "com os sucessivos cortes na taxa Selic, que passou de 19,75% para 13,25% ao ano, as aplicações em fundos DI e de renda fixa oferecem, agora, retornos menos interessantes. Enquanto isso, outros investimentos seguem incólumes ao processo de afrouxamento da política monetária, como caderneta de poupança, imóveis e ações."

Vamos entender agora como funcionam os rendimentos destas aplicações:

Caderneta de poupança: rendimento atrelado à TR - Taxa Referencial (em outras palavras, a adoção de uma política monetária expansionista não afeta seu retorno);

Fundos de Renda Fixa: investem prioritariamente em instrumentos de renda fixa (títulos de valores mobiliários de dívida que têm uma estrutura de pagamentos estabelecida) - CDB (Certificado de Depósito Bancário), CDI (Certificado de Depósito Interbancário), NTN (Notas do Tesouro Nacional), BBC (Bônus do Banco Central). Na categoria de fundos de investimentos fixos, temos os fundos atrelados a SELIC e CDI que são o grande X da questão atualmente com a queda da taxa de juros, cujo objetivo principal é seguir a evolução das taxas de juros básicas da economia - CDI/SELIC. Ainda nesta categoria podemos citar também fundos que buscam retornos através de investimentos em ativos referenciados na variação de índices de preços (inflação), câmbio e títulos internacionais.

Fundos de Renda Variável: investem prioritariamente em ações (títulos de valores mobiliários representativos de participação no capital e nos lucros de uma empresa) e commodities. A lógica é simples, mas como o investidor deve saber, existem inúmeros tipos de fundos de renda variável dentro de cada um dos grupos citados acima: os fundos indexados buscam replicar (nem ganhar nem perder) um determinado indexador ou benchmark, os setoriais investem em ações de um determinado setor ou empresa, os livres buscam proporcionar crescimento do capital investido por meio da não utilização dos objetivos citados acima ou os que tentam otimizar a evolução de um determinado índice ou de um determinado setor e os fundos internacionais compõem prioritariamente sua carteira com ações de empresas que não sejam brasileiras.

Fora isso, ainda existem os fundos de rendimento misto que vou deixar para explicar em outra ocasião, mas que o leitor pode ler no site sobre investimentos do Estadão, de onde muitas definiçoes deste artigo foram retirados: http://www.estadao.com.br/investimentos/

Uma dica: antes de retirar seu dinheiro do fundo de investimento: estude não só o rendimento, mas também como ele funciona, as taxas a serem pagas e os impostos incidentes. E leve em conta o seu perfil (não adianta ter aversão a perda de dinheiro e comprar ações!) e o tempo que vai deixar o dinheiro investido.

Leia também:

Thursday, December 07, 2006

Migração e Estabilidade Populacional

Projeções do Censo nos Estados Unidos revelam que metade da população mundial vive em territórios de baixa fertilidade não são suficientes para repor suas populações atuais. Esses países incluem não só os europeus, a Rússia e o Japão, onde o problema é particularmente sério, mas também outras regiões desenvolvidas como Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e países do leste da Ásia, como Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coréia do Sul. Alguns países em desenvolvimento como Turquia, Argélia, Tunísia e Líbano, também tiveram queda abaixo de 2,1 crianças por mulher, taxa necessária para se manter a estabilidade populacional a longo prazo.

A China é um caso especial, no qual a transição para uma população mais idosa - cerca de 400 milhões de chineses terão mais de 65 anos em 2020 - é particularmente preocupante, e o surgimento de um sério desiquilíbrio de gêneros pode ter graves repercussões políticas, sociais e mesmo internacionais. Um sistema pecuniário problemático indica que muitos chineses terão de continuar a trabalhar na velhice.

A migração tem o potencial de ajudar a resolver o problema do declínio da população economicamente ativa na Europa e, em grau menor, na Rússia e no Japão; provavelmente, os movimentos migratórios se tornarão uma característica importante no mundo de 2.020, mesmo que muitos dos migrantes não tenham status legal. Os países que os receberão enfrentarão o desafio de integrar esses novos imigrantes de maneira a minimizar os conflitos sociais em potencial.

A remessa de divisas de trabalhadores migrantes é cada vez mais importante para economias em desenvolvimento. Alguns economistas acreditam que, nos países mais pobres, as remessas são maiores que os investimentos diretos estangeiros e, em alguns casos, maiores até mesmo que a receita das exportações.

Hoje, metade dos médicos de PhDs nigerianos reside nos EUA. A maioria dos especialistas não espera que a atual tendência de "fuga de cérebros" do Oriente Médio e da África diminua. Na verdade, ela pode aumentar com o crescimento das oportunidades de trabalho, particularmente na Europa.
Veja também:

Saturday, November 25, 2006

Doença Holandesa no Brasil

Um assunto em particular tem chamado a minha atenção nas últimas semanas: a discussão que tem acontecido em função da preocupação de que esteja ocorrendo o fenômeno da Doença Holandesa no Brasil. Para os mais desavisados, calma: não tem nada haver com epidemias como a doença da vaca louca ou a gripe aviária. A preocupação está no fato de se supor que exportar é o suficiente para acumular conhecimento e gerar crescimento.
O que é a Doença Holandesa Basicamente, o conceito econômico tenta explicar a relação entre a exploração de recursos naturais e o declínio do setor manufatureiro. O termo foi formulado por uma dupla de economistas na revista The Economist em 1977 para descrever o declínio da indústria manufatureira na Holanda após a descoberta de gás natural. A teoria diz que um aumento de receita decorrente da exportação de recursos naturais irá desendustrializar uma nação devido à valorização cambial, que torna o setor manufatureiro menos competitivo aos produtos externos.
É, porém, muito difícil dizer com exatidão que a doença holandesa é a causa do declínio do setor manufatureiro porque existem muitos outros fatores econômicos a se levar em consideração. Embora seja mais comumente usado em referência à descoberta de recursos naturais, pode também se referir a "qualquer desenvolvimento que resulte em um grande fluxo de entrada de moeda estrangeira, incluindo aumentos repentinos de preços dos recursos naturais, assitência internacional ou volumosos investimentos estrangeiros.
Bens não comercializáveis Essa semana saiu um artigo do professor da FGV, Paulo Gala, na Gazeta Mercantil que discute a ameaça da Doença Holandesa no Brasil e a especialização em bens não comercializáveis causada pela apreciação cambial. Para esclarecer: bens não comercializáveis são produtos que, quer por sua própria natureza, quer devido aos altos custos de transporte por unidade de produto, tarifas elevadas ou outros tipos de restrição não podem ser comercializados no exterior. Exemplos de bens não comercializáveis internacionalmente podem ser encontrados no setor da habitação, de geração de energia, de transporte, de serviços educacionais, de serviços pessoais etc.
Gala argumenta que "a apreciação cambial decorrente da exportação dos recursos naturais com base em rendas econômicas dificulta ou, no limite, torna impossível a produção dos bens comercializáveis (exportáveis) agrícolas e, especialmente, manufaturados que tenham maior potencial de inovações tecnológicas e ganhos de produtividade". Ou seja, em outras palavras, produtos de valor agregado que efetivamente fazer o PIB do país crescer. Ainda segundo Gala, "o setor de recursos naturais ocupa o espaço da produção agrícola e de manufaturas num processo de expulsão e destruição de empresas e empregos. Capital e trabalho são deslocados para a extração de recursos naturais e produção de bens não comercializáveis. A indústria volta-se para o mercado interno, especializando-se na produção de bens não comercializáveis que apresentam maior rentabilidade graças à apreciação cambial.
Como não ser contaminado? No artigo, o professor divide os países em desenvolvimento em 2 categorias: "aqueles que perseguem um superávit no setor de manufaturas por necessidade de importação de outros tipos de bens e aqueles que, apesar de abundantes em recursos naturais, perseguem uma estratégia de industrialização e exportação de manufaturas." Na segunda categoria, encontram-se países como Malásia, Indonésia e Tailândia. Além disso, ele ressalta também que é necessário que haja ausência de fluxos de capital decorrentes de endividamente externo.

Leia mais em:

Saturday, November 18, 2006

Uma Nova Geração de Idosos

Estamos vivenciando grandes mudanças na sociedade, onde graças aos avanços na tecnológicos que ocorrem sobre diversas áreas, tem se refletido diretamente em nossa longevidade. Os alimentos são melhorados e enriquecidos de vitaminas e minerais necessários pelo nosso organismo; novos medicamentos que estimulam, promovem a cura ou permitem uma sobrevida a um custo muitas vezes subsidiado pelo governo; terapias alternativas e milenares; exercícios físicos; controle de pestes e saneamento. Com todas essas melhorias fica evidente que nações desenvolvidas ou em desenvolvimento tiveram um aumento sensível em sua expectativa de vida.

Teremos vigor aos 110 ou 120 anos de idade

Com todas essas mudanças acontecendo, fica evidente que novas regras para aposentadoria deverão ser criadas. Sem mencionar o fato do decréscimo de nascimentos (menor que 2,1 filhos por mulher) que é base para se manter um equilíbrio na previdência. Por outro lado, uma pressão grande por parte dos aposentados para não parar de trabalhar. Muitas vezes por necessidade, uma vez que sua aposentadoria é insuficiente para mantê-los sem qualquer outra fonte de renda.
Pode parecer que estes efeitos da população envelhecendo demorarão a acontecer, mas estamos enganados, uma que esta relação não é linear e sim logarítmica. Nos Estados Unidos houve um boom de nascimentos em 1960, e nas décadas de 80 e 90 tivemos o "adolescente global" e o que virá a seguir será uma explosão de idosos.

Qual será o impacto dessas mudanças?

O ambiente de trabalho será diferente, onde as empresas começarão aceitar pessoas mais velhas ao invés de rejeitá-las - para se protegerem de processos legais e para melhorarem a eficiência de suas equipes. Isto é fato e já está ocorrendo. Pessoas com mais de 55 anos correspondem a 10% da força de trabalho nos Estados Unidos e segundo estimativas houve um crescimento de 22% desde 1995. A General Eletric por exemplo possui um programa chamado de "Oportunidade de Ouro" onde aposentados da empresa podem trabalhar até 1000 horas por ano.

Mudança de paradigma

A relutância em se contratar pessoas mais velhas se deve ao fato que se aposentariam pouco tempo depois. Logo se não tinham muito futuro, por que investir nelas? Mas a mudança de paradigma está justamente no fato que sua pessoa saudável se sente e vive como se tivesse 40 anos até os 95 anos, então é possível contratá-la aos 60 e mantê-la na empresa durante 25 anos ou mais. Hoje já existem pessoas aposentadas (até pais de amigos meus) que permanecem em seus empregos 15 anos ou mais após terem se aposentado.

A onda dos idosos

As pessoas continuarão trabalhando até quando ainda estiverem saudáveis e manterão sua produtividade comparável à dos mais jovens. Ainda assim terão fonte de renda proveniente de salários e de investimentos que fazem como complemento de aposentadoria, por exemplo. Demandarão novos serviços voltados às suas necessidades, criando oportunidades para o mercado de serviços, seguros e bem estar. As ramificações dessas mudanças certamente terão impacto na sociedade, governo e serviços.

Veja também:

Políticas demográficas no Brasil

Baby Boom

O Nascimento de uma Velha Geração

Sunday, November 12, 2006

Proposta 87

Como o leitor já deve saber, no dia 07 de novembro de 2006 ocorreram as eleições parlamentares nos EUA e, após 12 anos, os republicanos perderam o controle da Câmara dos Representantes e do Senado. Pensei, então, em falar sobre essas eleições, mas durante as pesquisas, outro assunto chamou a minha atenção: a Proposta 87. O assunto me chamou a atenção por ser extremamente relacionado aos tópicos que temos discutido aqui no blog: energia elétrica, fontes alternativas de energia, etanol, etc.

Proposta 87 Os democratas possuem uma abordagem diferente para áreas como saúde, energia (incluindo mais ênfase a fontes de energia alternativas) que os republicanos possuem. Um exemplo claro disso é o empenho de figuras como o ex-presidente democrata Bill Clinton, defensor da chamada proposta 87 que foi votada no dia 07 de novembro inclusive. No comercial, veiculado recentemente nos EUA, ele afirma: "Imagine se conseguíssemos deixar de ser dependentes do petróleo internacional. O Brasil conseguiu. Eles fizeram uma simples mudança em seus carros. Mudaram para etanol, fabricado no próprio país. E é 33% mais barato que a gasolina (...) Se o Brasil pode fazê-lo, a Califórnia também pode". A questão a ser votada na Proposta foi a seguinte: "deveria a California estabelecer um programa de 4 bilhões de dólares em um programa de Energia Alternativa Limpa com o intuito de reduzir o consumo de diesel e gasolina em 25% por meio de incentivos a energia alternativa, educação e treinamento?"

O resultado A proposta, que recebeu mais de 3 milhões de votos, não foi vencedora. O resultado foi de 55% para não e 45% para sim. No entanto, isso não é visto como uma total derrota da emenda. A proposta criou suporte e debate o suficiente para chamar a atenção sobre o tema: energia alternativa. Mesmo os que não defenderam a proposta, entendem a necessidade de se desenvolver fontes alternativas. Scott McDonald, por exemplo, diretor de comunicações do "Californians Against Higher Taxes": "Energia alternativa não é a questão. Se você não entende a necessidade de se desenvolver energia alternativa, você precisa entrar de cabeça no assunto. É crítico."

A oportunidade De acordo com a VentureOne, as venture capitals investiram mais de $1.5 bilhão de dólares nos EUA em empresas de teconlogia limpa. in clean-tech companies e, de acordo com Cleantech Venture Networks, espera-se que os investimentos nas chamadas "green technologies" cresça mais do que para $10 bilhões ao ano nos próximos 3 anos somente na América do Norte.



Veja mais em:





Powered by Qumana

Thursday, November 09, 2006

Previdência em foco

As eleições já se passaram e sabemos que nosso governante tem muito o que fazer. O país precisa crescer, educar seus filhos, equilibrar suas contas, melhorar o sistema público de saúde, segurança, etc. Enfim são tantas coisas que me faz lembrar uma cena circense onde o artista precisa manter todos os pratos girando equilibrados numa vara para não cair e quebrar. Gostaria de falar um pouco de assunto que incomoda não só o Brasil, mas muitos países: Previdência.


A previdência surgiu como um conjunto de políticas sociais que ampararam o cidadão e sua família em situações como velhice, doença e desemprego. Na época em que foram concebidas, poucas pessoas chegam vivas até a idade de se aposentar, uma vez que a expectativa de vida estava em torno de 60 anos para a década de 50. Com o passar do anos, as pessoas começaram a se alimentar melhor e as novas gerações eram mais saudáveis, passando a desfrutar de suas aposentadorias, amparadas pelas contribuições feitas pelos trabalhadores mais jovens. Antigamente no Brasil, trabalhadores com 30 anos de contribuições poderiam se aposentar, logo se começasse a trabalhar com 15 anos, estaria aposentado antes dos 50 anos de idade. Já dá para imaginar o problema que surgia, na medida em que as pessoas começavam a viver mais com uma expectativa de vida de 65 anos ou mais. Mas não basta apenas a expectativa de vida ter melhorado (o que é muito bom), mas também a taxa de natalidade deve se manter adequada para que o equilíbrio entre pessoas que trabalham e contribuem para previdência e as pessoas que usufruem dos benefícios.


O Brasil estará experimentando nos próximas anos o que aconteceu na Europa, nos Estados Unidos e Japão, que tiveram um crescimento econômico revertido num melhor padrão de vida da população, acesso a medicamentos e baixa mortalidade infantil. Os casais estão passando a planejar quando ter um filho, que geralmente está ficando para mais tarde. Isto faz com que haja um desequilíbrio grande entre as gerações novas e aquelas que estão envelhecendo. Isto torna necessário uma mudança das regras, como por exemplo, a idade da aposentadoria que tende a aumentar para tentar se equilibrar a conta, diminuindo e até zerando o déficit da Previdência.

Equilibrando as contas

Atualmente o déficit é de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) para previdência social (INSS) e de 4 a 5% para os regimes especiais do setor público. Existem vários artigos publicados e várias receitas para se acabar com o déficit da previdência. Segundo um artigo publicado no site da Fazenda, o caminho seria o crescimento médio de 3,4% anual da economia até 2025 para se zerar o déficit. Isto independente dos aumentos no salário mínimo e demais benefícios. Ainda frisa que a gestão previdenciária deve ser bem conduzida.


Existem outros que discordam que haja uma diferença significativa entre as pessoas economicamente ativas e aquelas aposentadas. Segundo elas o Brasil ainda apresenta condições favoráveis ao sistem previdenciário apoiados na idéia que somos um país ainda muito jovem quando comparados com outros países desenvolvidos. Segundo pesquisas realizadas apontam que existem 32 milhões de trabalhadores informais, que não contribuem para a previdência.
Logo apontam que o governo deve atuar incisivamente para formalização do trabalho. E as pessoas "excluídas" não possuem direitos sociais.


Outra teoria, aceita por muitos empresários, apoiam o aumento da idade de aposentadoria gradual, formalização do trabalho, reajustes com base na inflação para não se perder o poder de compra e taxas de juros mais baixas para promover o crescimento, como uma alavanca para se gerar mais empregos e pessoas participantes do sistema previdenciário.


A previdência continuará a ser foco não apenas deste governo, mas de muitos outros que virão. Muitas pesquisas tem sido feitas para se chegar a um denominador comum, apoiando ações que serão tomadas para que as políticas sociais que amparam nossos trabalhadores continuem porém sem afetar o equilíbrio e quebrar a previdência.

Veja também:

Crescimento pode resolver o déficit da Previdência

Envelhecimento não é causa de crise na previdência

Cenários - As Surpresas Inevitáveis de Peter Schwartz (livro)

Monday, November 06, 2006

Democracia à brasileira

Cheguei a conclusão que é muito bom e muito fácil ser político ou administrador público no Brasil:
Praticamente não existem responsabilidades e obrigações e os direitos e privilégios são incomensuráveis (não vou perder meu tempo e tomar o seu citando-0s. Você sabe melhor que eu quais são eles).

E no caso das obrigações, as que existem são espertamente transferidas para os ombros do cidadão, através de leis oportunistas e sem sentido, aumentando ainda mais o peso do estado no dia-a-dia das pessoas, engessando o desenvolvimento econômico, tirando nossa competitividade, sujando nossa imagem no exterior, produzindo corrupção e criminalidade.

É pouco ou quer mais ????

Vejam alguns exemplos do que estou dizendo:

Em São Paulo vivemos a sabe-se lá quanto tempo com uma aberração chamada de "rodízio de veículos", que proíbe quem tenha automóvel de poder circular pelo chamado "centro expandido" da cidade um dia por semana, durante o horário do rush, justamente o horário em que mais se precisa de carro.

O argumento criado pelo governo do estado de São Paulo para esse verdadeiro crime contra o direito de "ir-e-vir" dos paulistanos é de que era necessário se implantar uma lei que restringisse a circulação de carros pelo centro da cidade para melhorar o trânsito, caso o contrário, a cidade correria o risco de parar.

Mas ninguém do governo disse que os paulistanos são obrigados a tirar seus carros da garagem porque não há transporte público de qualidade para todos, como acontece em outras cidades do mundo: resultado da falta de investimento do estado na ampliação do transporte público e da malha viária da cidade; há também a total inexistência de uma fiscalização decente, que tire das ruas carros e caminhões sem condições de trafegar e que já deveriam estar num ferro velho há muito tempo (conforme determina a legislação de trânsito brasileira).
Por isso, como é mais fácil e lógico, mais lucrativo, manter um rodízio de veículos do que investir em infra-estrutura que permita à cidade funcionar com mais eficiência e menos poluição, o governo nos impede de usufruirmos de um direito previsto na constituição, jogando para nós a responsabilidade por um problema que eles têm a obrigação de resolver.

Outro exemplo: Também em São Paulo, há coisa de uns dois meses, a câmara de vereadores aprovou uma nova lei que proibe toda e qualquer propaganda na cidade.

Já falei sobre isso antes, mas só para complementar, descobri que já havia uma lei aprovada em 2003 que regulamentava a atividade de mídia exterior na cidade, com normas para afixação de outdoors, cartazes, faixas, etc. Essa lei prevê a manutenção da atividade de publicidade na cidade (um direito das empresas e do cidadão) e a obrigação da prefeitura em fiscalizar qualquer atividade irregular realizada no ambiente urbano.

Pois alguém nessa história não vem cumprindo com suas obrigações desde que essa lei foi promulgada: e não são as empresas legalmente estabelecidas. Adivinhem quem é ?
Ou seja, se a prefeitura não tem competência para fazer aquilo que é de sua alçada, melhor mudar a lei e proibir logo tudo de uma vez.
Tudo bem que, quem está desrespeitando a lei não tem registro e tampouco pode ser facilmente identificado, mas sempre há aqueles que têm endereço físico e pagam impostos regularmente. Afinal de contas, como mandar uma multa de R$ 10.000 para quem não existe, não é mesmo ?
Assim, diminui-se a "poluição visual" e ainda "ganha-se um troquinho a mais".
Beleza !!!!

Querem outro exemplo ?
O que vimos nessas duas últimas semanas nos aeroportos do país é o retrato da incompetência e do descaso de um governo preocupado única e exclusivamente em se auto-promover, ao invés de trabalhar para desenvolver a infra-estrutura do país e permiti-lo ingressar em pé de igualdade no cenário externo com os demais concorrentes (pretendo falar sobre o caos da infra-estrutura brasileira e suas consequências em breve).
Desde 2003 o governo Lula vêm sendo alertado sobre o risco de um "apagão aéreo", mas ao invés de investir na contratação e na formação de novos controladores de vôos, no aparelhamento da nossa Força Aérea, assim como nas demais forças armadas, preferiram se preocupar com a questão do superávit e assim conseguir passar ao mundo uma imagem de modernidade e austeridade na condução de nossa econômia.

Os resultados estão aí: Caos nos aeroportos, pessoas aguardando por mais de 20 horas para conseguir chegar aos seus destinos, compromissos perdidos, prejuízos financeiros e morais.
Quem "pagou o pato" ? As companhias aéreas e, claro, os passageiros, tratados como gado.

Pergunto: Qual foi a explicação do governo para isso tudo ?

Não houve nenhuma explicação. Simplesmente porque o governo federal não tem o que explicar. O caos na aviação é resultado de sua irresponsabilidade e portanto, nenhuma justificativa seria aceita nesse caso.
E no fim das contas, quem terá que se adaptar a mais essa novidade no cotidiano do país seremos nós: cidadãos honestos, que mudaremos mais uma vez nossa rotina para podermos cumprir com nossos compromissos.
Pior serão as empresas que investiram milhões na aquisição de aeronaves e contratação de pessoal, preparando-se para o crescimento do volume de passageiros e claro, tiveram prejuízo com toda essa confusão. Prejuízo esse, que eu duvido, será ressarcido algum dia pelo governo. Alguém aí se lembra do caso da Transbrasil ? E da VASP ? Pois é: As empresas vão engolir mais essa, se adaptar à nova realidade e tudo vai "voltar ao normal"...

Mas a notícia campeã dessa semana é o projeto do senador do PSDB mineiro Eduardo Azeredo, que cria controles para acesso à internet no Brasil, obrigando os internautas a se idenficarem junto aos provedores através do fornecimento de informações pessoais como nome, RG, CPF, telefone e endereço (!!!!!!), ficando sob responsabilidade dos provedores (claro que não seria do governo) a manutenção dessas informações. Pela criativa idéia do senador mineiro, essa obrigatoriedade inibirá a ação de hackers e pedófilos, através do uso de identidades falsas. Como se hackers e demais criminosos fossem utilizar suas verdadeiras identidades para cometer crimes na internet...

É claro que essa obra-prima da legislatura brasileira já recebeu diversas críticas, inclusive do próprio executivo, que se manifestou contrário ao projeto, através do ministo Hélio Costa, que se mostrou preocupado com as prováveis consequências no processo de inclusão digital e à atividade dos provedores brasileiros (quem diria...).

E alguns provedores já se manifestaram, avisando que se essa lei for aprovada, simplesmente fecharão suas operações no Brasil e oferecerão acessos por outros países, demitindo pessoal e reduzindo a arrecadação no segmento. (parece que já ouvi essa história antes...)
Mais uma vez o estado brasileiro mostra sua criatividade, tentando transferir uma responsabilidade que é sua para o colo da iniciativa privada. Afinal, a obrigação pela prevenção de crimes na internet e pela punição de quem os comete é do estado e não dos provedores e dos internautas, que não têm poder de polícia, muito menos de justiça.

Ou será que algum parlamentar pensa também em propor a extinção das polícias e da justiça e passa-las para a responsabilidade da população ?

Se isso acontecer, já sei o nome de uma centena de "elementos" que adoraria mandar para o xilindró.
E você ? Tem alguma sugestão ?

Wednesday, November 01, 2006

Relatório Stern - Mudanças Climáticas e Economia

Foi publicado no jornal inglês GuardianUnlimited , no dia 30/10 um artigo sobre os efeitos que as mudanças climáticas, ocasionados pela emissão de gás carbônico, podem causar na economia mundial, bem como as adaptações que deveríamos fazer para que tais efeitos fossem mitigados. O relatório foi feito por Nicholas Stern (conselheiro do Governo sobre desenvolvimento e mudanças climáticas na economia) e tem sido levado a sério pela comunidade internacional e principalmente pelo governo inglês. Será que ainda poderemos viver do mesmo modo que vivemos atualmente? Quais as consequências e o custo disto? É possível experimentarmos um desenvolvimento de nossas economias baseado num crescimento sustentável?

O relatório

Segundo Stern, estamos vivendo um período de aquecimento global onde o aumento médio da temperatura pode chegar 5ºC devido ao acúmulo excessivo de CO2 na atmosfera. Para se ter uma idéia, os níveis de CO2 eram de 280 ppm na era pré-industrial e hoje 430 ppm. E se continuarmos tocando nossos negócios do mesma forma, teremos algo em torno de 850 ppm num futuro muito próximo. As consequências disto não poderiam ser mais devastadoras, como: enchentes, desertificação, pragas, perdas de safras, cidades litorâneas invadidas pelo mar. Os danos causados atingiriam de 5 a 20% porcento do o consumo mundial. E os países mais pobres sofreriam as piores consequências por não terem uma estrutura apropriada e desenvolvida para enfrentar tais mudanças.

O relatório que levou em consideração os recentes estudos sobre os gases do efeito estufa e verificou que os efeitos econômicos em nossa vida e no ambiente poderá chegar a 20% do PIB nos países mais pobres. Por outro lado, os custos para redução da emissão de gases para se evitar impactos desastrosos poderia ser limitado a 1% do PIB global por ano. As pessoas pagariam um pouco mais por bens de uso intensivo de CO2, mas nossas economias poderiam continuar crescendo fortemente.

Ainda de acordo com o relatório as ações que deveremos tomar necessitaria de uma política global guiada por um entendimento internacional com objetivos de longo prazo e uma forma bem estruturada para cooperação. Estes elementos chave para esta estrutura seriam:

Comércio de Carbono (emissões):

  • Expandir o comércio crescente de emissões ao redor do mundo como uma maneira de promover redução efetiva do custo nas emissões com ações em países nos desenvolvimento.
  • Pontos alvo em países ricos poderiam destinar dezenas de bilhões de dolares por ano para suportar a transição para o caminho do desenvolvimento para baixa emissão de carbono.

Cooperação Tecnológica:

  • Acordos formais e informais podem acelerar a efetividade dos investimentos em inovação ao redor do mundo.
  • Globalmente, deveríamos dobrar o suporte para as pesquisas em energia, e quintuplicar pesquisas relativas ao desenvolvimento de baixa emissão de carbono.
  • Cooperação Internacional na criação de padrões de produtos para estimular rapidamente eficiência no uso de energia.

Ações para reduzir o desflorestamento:

  • A perda de florestas naturais no mundo contribui todo ano nas emissões globais mais que o setor de transporte. O controle do desflorestamento e a sua utilização planejada é caminho para se reduzir as emissões.

Adaptação:

  • Os países mais pobres são os mais vulneráveis às mundanças climáticas. É essencial que as políticas de desenvolvimento contemplem este assunto, e que os países ricos aumentem seu suporte.
  • Um fundo internacional deveria também ajudar com informações sobre o impacto da mundaça climática e pesquisa de novas variedades de grãos, frutas, plantações que sejam mais resistentes aos períodos de seca e enchentes.

Os países em desenvolvimento como China, Índia, Rússia, Brasil por exemplo dependem de muita energia para o crescimento de suas economias. A matriz energética em questão está baseada principalmente no petróleo, gás e carvão e contribuem negativamente para emissões de CO2. Mudar esta matriz significa investir muito dinheiro e tempo em pesquisas e viabilizar alternativas como fontes renováveis e de baixa emissão de CO2. Porém, se isto não acontecer os prejuízos a médio e longo prazo serão catastróficos para os mesmos. Logo, não adianta postergar ou fingir que a mudança climática não nos atingirá. O recado foi dado no relatório, sendo que é preciso começar com ações agora para garantirmos um crescimento econômico sustentável nas próximas décadas. Por fim, ainda podemos ver na mudança climática uma oportunidade para desenvolvermos tecnologias de baixa emissão de carbono. Já possuímos o álcool que emite muito menos CO2 que a gasolina, por exemplo. Estima-se que o mercado para tecnologias de baixa emissão de carbono movimentará pelo menos 500 bilhões de dolares ou mais até 2050.

Veja também:

We must pay now to avoid climate disaster, says Blair

Publication of the Stern Review on the Economics of Climate change

Relatório prevê colapso econômico com aquecimento global

Monday, October 30, 2006

Seminário de Energia Elétrica

Na semana passada eu tive a oportunidade de participar como ouvinte do Seminário "Energia como Fator de Competitividade Econômica" organizado pelo jornal Valor Econômico no Hotel Unique em São Paulo. O evento contou com a participação de figuras importantes do setor, como Maurício Tolmasquim (presidente da Empresa de Pesquisa Energética), Cláudio Langone (Secretário Executivo do Ministério do Meio-Ambiente), Eduardo Spalding (vice-presidente da Abrace), Érico Sommer (diretor de energia do grupo Gerdau) entre outros.
Apagão Um dos assuntos mais polêmicos abordados foi o artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo em que se dizia haver um risco de apagão de 50% em 2007 com base em simulações feitas pelo mercado, a partir das novas regras que serão definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para calcular qual é o real risco de falta de energia no País. A Aneel deverá tirar dessa conta as usinas termelétricas que não estão conseguindo gerar energia por falta de gás natural. A notícia foi desmentida pelo Ministério de Minas e Energia em nota posterior, onde afirma que a dificuldade no suprimento de gás a algumas termelétricas, ocorrida em setembro, que comprometeu a geração de energia por essas usinas, "referem-se a situação conjuntural e ações já foram tomadas para garantir sua normalização". "Apesar de o fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil ainda não estar totalmente normalizado, a Petrobras vem tomando todas as medidas necessárias para contornar as restrições decorrentes dos danos nos gasodutos causados pelas chuvas", diz a nota, acrescentando que esses problemas técnicos devem ser solucionados no próximo mês.
Fontes de Energia Como se sabe, as fontes de geração de energia elétrica atualmente são hidráulica, biomassa (bagaço de cana, etanol, etc), carvão mineral, nuclear, gás natural e petróleo. Atualmente, aproximadamente 40% da energia no Brasil provém do petróleo, 10% do gás natural, 6% do carvão e o restante de fontes renováveis (carvão, lenha, etc). No seminário chamou-se a atenção para a necessidade do uso de fontes renováveis. Destacou-se que o país possui todas as condições necessárias para a utilização da bioenergia: condições naturais favoráveis, tecnologia desenvolvida (etanol, açúcar, etc) e custo de produção relativamente baixo (o custo de produção do etanol - US$/ litro foi mensurado entre 0,22 e 0,28 no Brasil enquanto nos EUA é de 0,30 a 0,33). O segundo painel que falava da Matriz Energética brasileira enfatizou a necessidade do aproveitamento destas fontes renováveis, porém também falou da dificuldade do governo brasileiro em popularizar as tecnologias desenvolvidas aqui nos países do exterior.
Nem tudo são flores... O deputado José Carlos Aleluia que integrava o último e mais polêmico dos painéis, o de Competitividade e Crescimento, falou sobre os problemas enfrentados pelo setor: falta de comunicação com a sociedade, velocidade muito lenta das ações do governo e falta de investimento em hidroelétricas foram os pontos citados. Quanto à falta de comunicação com a sociedade, o deputado referia-se à necessidade das empresas do setor serem mais bem-vistas, desenvolvendo programas sociais. Uma empresa exemplar neste quesito é a CEMIG, indicada por 7 anos consecutivos ao Dow Jones Sustainability World Index. Quanto à indústria, as maiores reclamações são em relação aos encargos cobrados, causando diminuição da competitividade em relação ao exterior.
E agora? Algumas sugestões! Bom, não adianta nada reclamar sem sugerir soluções! O seminário também serviu para levantar algumas ações corretivas como: disciplinar encargos setoriais, realinhamento tarifário, opção pela hidroeletricidade, legislação ambiental, eliminação de obstáculos regulatórios para investimento em autogeração, entre outros. A maior preocupação por parte dos órgãos governamentais sendo a mudança para fontes de energia renováveis e para a indústria, o foco em diminuição de tributos.
Veja também:

Wednesday, October 25, 2006

O voto afetando o microempresário

Eu escrevi este breve artigo há algum tempo com o intuito de relacionar a Economia ao empreendedorismo no Brasil. Está baseado no estudo do SEBRAE intitulado “Sobrevivência e mortalidade das empresas paulistanas de 1 a 5 anos” que nos ajuda a entender a importância do desenvolvimento da Economia nos pequenos negócios. A cada ano, somente no Estado de São Paulo, são fechadas cerca de 78 mil novas empresas, acabando com 281 mil empregos. A boa notícia é que há quatro anos, a taxa de mortalidade dessas empresas era de 71% e hoje é de 56%. Isso indica que as ações em prol dos pequenos negócios como programas de estímulo ao empreendedorismo e outras políticas de apoio ao segmento têm funcionado no Estado. Mais do que isso, indica também que nossa Economia em geral está melhorando.

Para que você entenda a importância do governo eleito, vejamos um exemplo. Ainda no estudo do SEBRAE, perguntou-se aos empreendedores que tiveram que fechar capital, qual teria sido o auxílio mais útil para evitar o fechamento (note que podiam ser dadas mais do que uma resposta). O resultado foi o seguinte:
  • Menos encargos e impostos (31%)
  • Consultoria empresarial (31%)
  • Melhora na Economia (30%)
  • Empréstimos bancários (19%)
  • Nenhum (17%)
  • Outros (10%)
  • Não sei (3%)

Notamos que duas respostas estão diretamente correlacionadas à Economia e aos próximos políticos a serem eleitos (não estamos falando somente de governo federal, mas também do estadual): impostos e melhora na Economia. Claro, não é só isso que vai decidir se seu empreendimento vai dar certo ou não, mas afeta grande parte dele. Os empreendedores reclamam da insuficiência de políticas de apoio (peso dos impostos, burocracia, falta de crédito e de política de compras governamentais) e do baixo desempenho da economia, gerando baixa demanda e concorrência forte.

Quando você for votar no próximo presidente ou governador, não se esqueça de tudo isso que falamos. Os governantes do país devem ter planos para manter a Economia aquecida e a inflação controlada. Parece fácil mas, acredite, não é. Lembre-se que os políticos devem ter planos bem definidos, assim como aquele que você fez para abrir seu negócio. Vote consciente, pois isso afeta seu negócio.


Veja também:

Tuesday, October 24, 2006

MP do Bem



Recente artigo publicado no jornal Valor Ecônomico mostra que a venda de PCs para as classes C e D aumentou significativamente este ano, graças à queda nos preços praticados no varejo em cerca de 17% e ao aumento do crédito para a aquisição de computadores pessoais, o que contribuiu para os resultados de empresas como: Amazon PC, Positivo e mais recentemente, CCE, que focaram suas estratégias de mercado na conquista do chamado "consumidor de baixa renda".
Tal fator foi possível principalmente após a aprovação da "MP do Bem", que reduziu a carga tributária sobre a indústria da informática e proporcionou uma diminuição no preço médio dos microcomputadores de configuração mais acessível ao consumidor final.

Os benefícios que inicialmente se mostraram mais evidentes na indústria do "hardware", começam a se estender para outros segmentos relacionados a tecnologia da informação, como os provedores de acesso à internet, empresas de comércio eletrônico, anunciantes, agências de propaganda, entre outros. Alguns exemplos para exemplificar esses dados:

A consultoria sobre comércio eletrônico e-bit divulgou no mês de setembro dados sobre a participação da "Classe C" no comércio eletrônico brasileiro: Segundo o estudo, o crescimento no varejo "on line" se deu mais fortemente entre os consumidores com renda mensal entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00. Em 2001, as pessoas com renda até R$ 1.000,00/mês representavam cerca de 6% do total de transações de comércio eletrônico geradas na web brasileira, enquanto aqueles com renda entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00 foram responsáveis por cerca de um terço das vendas realizadas na rede. Em 2006, esses números cresceram para 8% e 37%, respectivamente, enquanto que, entre os consumidores com renda entre R$ 3.000,00 e R$ 8.000,00 se registrou uma queda de aproximadamente 2% no volume de transações no período.
Outro fator que mostra a mudança no perfil dos consumidores é a escolaridade dos usuários: A participação dos consumidores com curso superior ou pós-graduação caiu 2 pontos percentuais, ao passo que entre aqueles com apenas o ensino médio se notou um forte crescimento, contribuindo para a comercialização de produtos com "tíquete médio" de cerca de R$ 30,00 (CDs, DVDs, livros e cosméticos), que impulsionaram ainda mais o crescimento de sites como Submarino e Americanas. com, que juntos movimentarão este ano algo em torno de 2,2 bilhões de reais.
Outro dado que mostra essa nova realidade são os números apresentados pela e-bit sobre os resultados das vendas do Dia das Crianças realizadas pela internet, com um crescimento de 80% sobre o volume no mesmo período do ano passado.

Quem também vem se beneficiando desta situação são os provedores de acesso via banda larga, que em 2006 registram crescimento constante em sua base de assinantes, como a Telefónica com o serviço Speedy, que já responde pela liderança no mercado de São Paulo, oferecendo alguns pacotes de acesso diferenciados, através de planos de assinatura com valores reduzidos, embora ainda a oferta desse serviço não esteja disponível em muitos dos bairros periféricos das cidades em que o Speedy é oferecido, mas isso com certeza mudará em breve, já que a procura pela "internet de alta velocidade" vem crescendo muito entre os internautas da Classe C.

Esta situação não vem passando desapercebida às agências de publicidade, que já notaram o aumento da audiência nos grandes portais e nos sites de diversos anunciantes, principalmente àqueles com conteúdo multimidia, o que comprova o crescimento no acesso de banda larga por parte dos internautas brasileiros. Diante disso, os investimentos em mídia on line tiveram um aumento de 31,85% em relação ao ano passado, chegando a 158 milhões de reais, conforme dados do projeto "Inter-Meios".

O que podemos concluir através dessas notícias ?

Que o brasileiro de baixa renda está se "informatizando" e se qualificando para as exigências cada vez maiores do mercado de trabalho ?

Que o Brasil vem democratizando o acesso à informação para o cidadão de baixa renda, através do acesso facilitado à computadores e à internet ?

Que as empresas já perceberam que a internet é um excelente local para se fazer negócios, vender e se relacionar com seus clientes e quem não investir em e-commerce e e-marketing deverá ser "deletado" do mercado ?

Que reduzindo impostos e permitindo que as empresas trabalhem num ambiente de competição saudável todos só tem a ganhar ?

Se você disse sim para todas, então você pensa como eu. Queira Deus que o próximo presidente, seja quem for, também pense assim.

Saturday, October 21, 2006

Offshoring

Faz alguns dias que eu li um artigo na computerworld sobre uma empresa de tecnologia brasileira que fechou um contrato para atender empresas alemãs na produção de software. Vi isto com muito bons olhos pois é um caminho com grandes possibilidade de se realizar bons negócios para o Brasil. É um nicho que outros países em desenvolvimento também vêm buscando, mas que necessita de investimentos tanto do lado do Governo (educação, incentivos fiscais, propriedade intelectual), quanto do lado da iniciativa privada, capacitando seus colaboradores e se adequando a metodologias que focam organização, processo e qualidade para atender um mercado muito exigente. Esta modalidade de negócios é conhecida como offshoring, que vou explicar mais adiante.


Offshoring

Pode ser definido como uma recolocação de processos de negócios de um país para outro. E pode ser tanto para o processo de produção e/ou manufatura, quanto serviços. Muitos países tem atraído e vistos como destinos para offshoring, como a China e a Índia. A China principalmente em processos de produção e a Índia em processos de serviços, com destaque para fábricas de softwares e call centers. Como todos sabem, existe o preço chinês que faz com que os olhos brilharem das grandes empresas do mundo desenvolvido. A lógica por trás está sempre na redução de custos. Segundo Thomas Friedman (O Mundo é Plano) offshoring é uma das grandes forças niveladoras do mundo, movimentando bilhões de dolares nestes "paraísos" de fábricas de mão-de-obra barata e altamente qualificada. Por outro lado, é grande oportunidade para países gerarem novos negócios tanto do lado país contrante e país contratado, se é que podemos pensar assim. Novos empregos são gerados, pessoas se tornam melhor qualificadas e preparadas para lidar com culturas diferentes. Isso também faz com que postos de trabalho migrem do país desenvolvido para o país em desenvolvimento, por vários motivos, mas o principal sem dúvida será o cuso geral de se manter uma mão-de-obra (salário, leis trabalhistas, sindicatos, etc.)

Propriedade Intelectual

No Offshoring ocorre um processo de transferência de informações valiosas para o site de offshore, isto é, se fosse uma empresa brasileira, teríamos funcionários daqui produzindo resultados comparáveis aos da matriz em seu país. Isto inclui a transferência de materiais, como documentos confidenciais e segredos comerciais, protegidos por leis que asseguram sua propriedade intelectual, desde que o país respeite as mesmas.

Cenário Brasil

O mercado de terceirização de TI no modelo offshore vai movimentar 29,4 bilhões de dólares até o ano de 2010, impulsionado principalmente pela demanda norte-americana, aponta pesquisa da IDC.Segundo o levantamento, haverá um foco crescente na oferta de serviços que contribuem com relações operacionais e estratégicas entre clientes e fornecedores. A competição crescente vai exigir que os fornecedores façam investimentos significativos para se diferenciar nesse mercado.
Os executivos à frente das subsidiárias brasileiras de grandes organizações são unânimes ao afirmar que o Brasil está sim entre os países emergentes com maior potencial de crescimento no setor de tecnologia da informação (TI). E mais: é destino certo de investimentos estrangeiros. No entanto, especialmente quando consideramos o noticiário do dia-a-dia, que anuncia investimentos de centenas de milhões de dólares destinados aos países asiáticos, o que vem à cabeça é que a visão desses profissionais estaria contaminada por doses excessivas de patriotismo.

Brasil, Rússia, Índia, China - BRICs

De fato, em 2003, o Goldman Sachs criou o termo BRIC para referir-se às economias de Brasil, Rússia, Índia e China. No estudo que difundiu a terminologia, a consultoria mapeou suas economias até 2050 e concluiu que, se elas se comportassem como esperado, em menos de 40 anos, somadas, seriam maiores do que as de Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e Itália (países que compõem o chamado G6) juntas. Conforme a previsão, o Brasil representaria a 5ª maior economia mundial

O Brasil está no fim da fila (BRIC) como destino de investimentos. Está a frente da Rússia, porque lá o crime organizado consegue ser pior do que o nosso.
Talvez a nossa vontade de ver a "coisa acontecer" aqui pulse mais forte dentro de alguns executivos. Resta agora esperar que a realidade que ainda mantém o País entre os pólos de investimentos, mesmo que reduzidos, ganhe a maturidade necessária para fazer do Brasil referência em exportação de TI. E que seja feita nossa vontade.
Veja também:

Wednesday, October 18, 2006

Privatização da Telebrás

Nos últimos dias tem corrido um boato envolvendo o candidato Geraldo Alckmin e supostas privatizações aos quais ele daria andamento se eleito. Nessa história toda, surgiram boatos de que seriam privatizados a Petrobrás, os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa. O candidato desmentiu a história e acrescentou: "A única coisa que realmente vai acabar é a 'mentirobrás' do Lula. O que vemos são ministros se transformando em boateiros e o presidente da República falando mentira." Polêmicas à parte (não estamos aqui para dizer quem mente ou quem diz a verdade), o tema "privatização" é um tópico mais do que interessante para o blog e resolvi falar de uma das mais polêmicas delas: a da Telebrás.

Telebrás O candidato Lula, em entrevista ao jornal O Globo, condenou a privatização da Telebrás e da Vale. Antes da privatização, toda a infra-estrutura de telefonia e transmissão de dados do Brasil era controlada pela Telebrás. O processo de estatização culminou com a consolidação de empresas estaduais de telefonia (um monopólio para cada estado da federação) interconectadas pela Embratel. Desde então e até 1998 esse setor econômico ficou nas mãos de um gigantesco monopólio estatal totalmente verticalizado, que incluia o controle e regulamentação dos serviços em uma única “holding”. A privatização do Sistema Telebrás ocorreu no dia 29 de julho 1998 através de 12 leilões consecutivos na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro – BVRJ, pela venda do controle das três holdings de telefonia fixa, uma de longa distância e oito de telefonia celular, configurando a maior operação de privatização de um bloco de controle já realizada no mundo. Com a venda, o governo arrecadou um total de R$ 22 bilhões, um ágio de 63% sobre o preço mínimo estipulado. Até a privatização, o poder do setor estava centrado no Ministério das Comunicações, organismo controlador da Telebrás e da empresa estatal de correios (EBCT).



Anatel A preparação legal para o processo de privatização culminou com a Lei Geral das Telecomunicações, de 1997. Uma das mudanças significativas na estrutura de regulação e controle foi a criação da Agência Nacional de Telecomunicações, Anatel (outubro de 1997), órgão regulador federal das telecomunicações concebido nos moldes da Federal Communications Commission (FCC) dos EUA. A deterioração dos serviços, particularmente de telefonia, combinada com a impossibilidade na prática de obter melhora de serviços através de ações legais dos consumidores - havia uma única empresa provedora de serviços, que também era a reguladora da concessão - favoreceu os argumentos pró-privatização. Com a privatização, o papel fundamental da Anatel passou a ser o de regulamentação, outorga e fiscalização de serviços de telecomunicações no país. As concessionárias passaram então a responder perante a Anatel pela qualidade dos serviços e pelas metas estabelecidas nos contratos de concessão. Estão entre as determinações nos contratos: prazo de 18 meses a partir da aquisição para cumprir as novas regras; qualidade de serviço consistente com padrões internacionais até o ano 2000 (incluindo a instalação de linhas fixas residenciais em até 72 horas da solicitação do cliente); metas de instalação de terminais telefônicos compatíveis com a missão de serviço universal quantitativamente definidas ano a ano; redução progressiva de tarifas, com queda expressiva prevista até 2005. Não é surpresa saber que uma das tarefas da Anatel tem sido multar as concessionárias por não cumprimento das metas de qualidade e extensão dos serviços.



Conclusão A privatização da Telebrás é um exemplo de sucesso, mas deve-se a fatores específicos: a criação de um órgão regulador independente (Anatel) foi fundamental neste processo. Cabe lembrar também que a privatização não acabou com os problemas da telefonia (tanto que estas empresas são campeãs de reclamação do Procon) mas melhorou consideravelmente a situação do consumidor. Quem se lembra que as linhas telefônicas custavam 5.000 dólares? Telefone fixo era um item de luxo. Hoje, todo mundo tem seu celular. Difícil é imaginar como seria se a Telebrás ainda existisse...




Veja também:

Friday, October 13, 2006

Publicidade em São Paulo. Quem está está com a razão ?


Foi recentemente aprovado pela Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo o projeto de lei que proíbe toda e qualquer publicidade externa, incluindo outdoors, painéis, frontlights, placas em ônibus e taxis, entre outras modalidades de propaganda em espaços públicos, já à partir de janeiro do próximo ano.

Bastante polêmica, essa decisão promete varrer do mapa a chamada “poluição visual”, provocada pela publicidade indiscriminada, realizada na cidade. Muito comemorada por urbanistas e arquitetos, que consideram as mensagens publicitárias entre as maiores responsáveis pela degradação do espaço público nas ruas de São Paulo, essa nova lei promete ainda muita polêmica até sua efetiva aplicação no ano que vem, pois, se de um lado há o apoio por parte destes profissionais, além de alguns setores da imprensa e da opinião pública, por outro, profissionais do setor de propaganda e marketing prometem reagir, indo à justiça contra o que alegam ser uma “decisão autoritária e inconstitucional”, tendo inclusive o apoio de alguns importantes juristas nesta posição.

Polêmicas à parte, não podemos negar que a adoção dessa regulamentação, se realmente levada à cabo, poderá ajudar a cidade a ficar mais limpa e bonita. Alguns lugares em São Paulo realmente sofrem com a quantidade excessiva de material publicitário, como por exemplo, a Marginal Pinheiros, tomada por todo o tipo de cartazes, outdoors e painéis, apresentando toda a sorte de campanhas publicitárias, criando em alguns casos um resultado, no mínimo, questionável, quanto à eficácia dos resultados obtidos.

Alguns estudos já comprovaram que a superexposição de uma mensagem publicitária perde seu efeito, pois quando repetida em excesso, se torna “lugar comum” na mente do consumidor, chegando a casos extremos, ser repelida pelo público, criando um efeito contrário ao pretendido pelo anunciante. Certamente os publicitários e profissionais de marketing terão um grande desafio a enfrentar, caso fiquem impedidos de veicular suas campanhas em espaços públicos, o que levará a procura de alternativas que supram a necessidade dos anunciantes por divulgação de suas marcas e produtos.

No entanto, não podemos negar que em alguns casos, a propaganda é benéfica, criando inclusive, um vínculo do anunciante junto à população. Vejam o caso, por exemplo, do famoso relógio do Banco Itaú, afixado no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, já há muitos anos uma referência na região e para muitos, um marco na cidade.

Pois em uma de suas edições, a revista Veja São Paulo informa que tão logo a proibição à propaganda urbana entre em vigor, o Itaú deverá retirar seu logotipo do relógio, ou seja, apenas a propaganda deverá sair, o relógio poderá continuar onde está. Mas será que o banco Itaú concordará em pagar pelo seu patrocínio se não puder, de alguma forma, exibir junto sua marca?
Essa é uma provável conseqüência que teremos na cidade com a efetivação dessa norma: a retirada dos chamados “apoios da iniciativa privada” na manutenção de espaços pertencentes à administração municipal, pois nenhuma empresa, por mais politicamente correta que seja, investe em algo que não ofereça algum tipo de retorno. E nesse caso, é praticamente certo que muitas empresas abandonarão projetos de apoio à manutenção destas áreas, pela perspectiva negativa de retorno publicitário.

Além disso, devemos levar em consideração que esta lei atinge mais fortemente as empresas devidamente estabelecidas e que trabalham dentro da lei, pois aquelas que agem de forma irregular e clandestina já desrespeitam há muito tempo as atuais normas municipais existentes e certamente continuarão a fazê-lo na nova lei.

Outro ponto importante a se pensar é a questão social e do emprego, uma vez que milhares de pessoas dependem desta atividade para continuar trabalhando e sem poder funcionar na cidade, as empresas de mídia exterior fatalmente reduzirão ou mesmo encerrarão suas atividades e consequentemente, demitirão pessoal, aumentando ainda mais o número de desempregados na região metropolitana da Grande São Paulo.

Também devemos nos questionar se a poluição visual em São Paulo é provocada apenas pela publicidade realizada à céu aberto, pois no meu entender, pixações, lixo jogado na rua, parques e praças, calçadas quebradas e buracos também agridem a paisagem urbana e já poderiam estar sofrendo algum tipo de intervenção por parte da Prefeitura, sem a necessidade de adoção de nenhuma lei.

Por último, uma informação: Tão logo entre em vigor a nova legislação, a Prefeitura promete enviar um novo projeto para a Câmara, regulamentando as novas normas para a realização de publicidade na cidade, limitando sua veiculação no chamado “mobiliário urbano” (pontos de ônibus, placas de rua e demais espaços administrados pela administração municipal), com a abertura de uma nova concorrência, onde uma única empresa vencedora ficará responsável pela exploração comercial destes locais em toda a cidade.
Conhecendo o que conhecemos dos nossos governantes, devemos acompanhar muito de perto o desenrolar dessa história, que ainda terá muitos capítulos pela frente

Wednesday, October 11, 2006

Tudo está na expectativa!

O norte-americano Edmund S. Phelps foi o vencedor do Prêmio Nobel de Economia deste ano. Só por curiosidade, o Prêmio Nobel foi instituído por Alfred Nobel em seu testamento e premia pessoas que fizeram pesquisas importantes, inventaram técnicas pioneiras, ou deram contribuições destacadas à sociedade nas áreas de Literatura, Física, Química e Medicina. "Espera um pouco" - pode perguntar o leitor incauto. "E o Prêmio Nobel de Economia?" O Prêmio Nobel de Economia é assim chamado pois originalmente criado pelo Sveriges Riksbank (o Banco Cetrnal da Suécia) com o nome de Prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel. Este prêmio não é pago com o dinheiro privado da Fundação Nobel, mas sim com dinheiro público do Banco Central da Suécia. Este ano, Phelps levou o modesto prêmio de 1 milhão e 400 mil dólares.

Ele venceu o prêmio deste ano por sua análise na área de política macroeconômica, especialmente o estudo da relação entre inflação e expectativa de desemprego. A Real Academia de Ciências da Suécia destacou que o trabalho do professor da Universidade de Columbia contribuiu substancialmente para a melhor compreensão da relação entre os efeitos de curto e longo prazo da política econômica. "Ele enfatizou não somente a questão inflação e desemprego, mas principalmente questões sobre a distribuição do bem estar social ao longo do tempo" - afirmou o comitê do Prêmio.

Consumo atual e das futuras gerações A pesquisa de Phelps demonstrou que, embora o emprego, preços estáveis e rápido crescimento sejam objetivos primordiais para uma economia política, é necessário se considerar um trade-off entre o consumo atual e o de futuras gerações. Phelps demonstrou que as possibilidades de políticas de estabilização no futuro dependem nas decisões atuais: baixa inflação hoje leva a expectativas de baixa inflação no futuro, dessa maneira, facilitando a formulação de políticas no futuro. As baixas taxas de inflação atuais da economia americana influenciam decisões futuras de setor privado, levando a uma expectativa de menor de inflação no futuro.

Phelps e Philips No blog Marginal Revolution, Tyler Cowen afirma que a maior contribuição de Phelps é uma melhor compreensão da já conhecida curva de Philips e as dinâmicas de desemprego de curto prazo. A Curva de Philips original, elaborada por A.W. Philips demonstrava existir uma correlação negativa entre desemprego e inflação. Ou seja, quanto mais alta a taxa de desemprego, menor a taxa de inflação. Ou, em outras palavras, o preço de uma taxa de desemprego reduzida é o aumento da inflação. Phelps desafiou esta visão ao realizar estudos mais embasados sobre a determinação de salários e preços, levando em conta problemas de assimetria de informação na Economia. Agentes individuais teriam informação incompleta sobre a ação de outros e precisam embasar suas decisões em expectativas. Phelps, então formulou a chamada "expectations-augmented Phillips curve", segundo o qual a inflação depende igualmente das expectativas de inflação e desemprego.

Veja também:


Powered by Qumana

Saturday, October 07, 2006

Lula x Alckmin, o que acontecerá na nossa Economia afinal?

Não teve como fugir do assunto, o que todo mundo está comentando, em todas as conversas desde o escritório até a rodinha no bar é a mesma: quem será o novo Presidente do Brasil? Segundo a pesquisa do Datafolha publicada ontem, dia 06 de outubro de 2006, considerando apenas os votos válidos (excluídos votos nulos, em branco e os eleitores que se declaram indecisos) Lula tem 54% e Alckmin 46%. A pesquisa Datafolha ainda mostra informações interessantes sobre o perfil das pessoas que votam em cada candidato:

  • Lula atinge 57% das intenções de voto entre os eleitores que têm até o ensino fundamental e Alckmin, somente 36%. Os eleitores que têm escolaridade média se dividem: 48% votariam Alckmin e 45%, Lula. Já a maioria (56%) dos eleitores com escolaridade superior prefere o tucano; Lula tem 35% dos votos entre os mais escolarizados;

  • Lula lidera com folga entre os eleitores com renda familiar mensal até dois salários mínimos: nesse segmento, ele tem 59% das intenções de voto contra 34% de Alckmin. No entanto, à medida que aumenta a renda do eleitor, Alckmin passa à frente: 49% a 45% entre os que têm renda entre dois e cinco salários mínimos, 51% a 41% entre os que têm rendimentos entre cinco e dez salários e 69% a 24% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos;

  • Para quem acha que o Lula vence devido ao fator "Nordeste" e o Alckmin ao fator, "São Paulo", vai perceber que essas regiões têm, sim, fator fundamental na decisão: entre os eleitores do NE, Lula tem 67% das intenções de voto e Alckmin, 28%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste o resultado é similar ao verificado entre o total de brasileiros: 50% pretendem votar pela reeleição do atual presidente e 44% no candidato do PSDB. No Sul, Alckmin fica 24 pontos à frente de Lula (57% a 33%) e no Sudeste ocorre empate (47% para o peessedebista, 45% o petista).

E o que o mercado financeiro acha disso tudo? No blog do Fernando Rodrigues no UOL, ele comenta sobre a expectativa dos dados desta pesquisa do Datafolha no mercado financeiro. Ele chama atenção ao boletim emitido pela Merrill Lynch a seus clientes, onde o Banco afirma que a pesquisa, juntamente com o debate de domingo entre Lula e Alckmin na Band são fatores fundamentais a se considerar. No entanto, como já falamos anteriormente, o mercado financeiro não demonstra grandes preocupações com quem será eleito, como o ocorrido quando da eleição do atual presidente Lula.


E as provas? Bom, não adianta apresentarmos certezas sem mostrar os fatos, certo? Lendo o site da Veja Especial sobre as eleições encontrei um comparativo muito interessante sobre as propostas na Economia dos dois candidatos que nos esclarece muita coisa sobre o assunto. Primeiro, a revista apresenta um comparativo entre o que Lula prometia em 2002 e o que atingiu durante seu governo:

O que prometia em 2002:

  • Crescimento do PIB na faixa dos 5% ao ano;
  • Preservar o superávit primário (economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública), reduzindo e relação dívida interna/PIB;
  • Reduzir a vulnerabilidade externa e os juros;
  • Respeitar contratos internacionais.


O que está fazendo agora:

  • Conforme dados do IBGE, o PIB cresceu 0,5% em 2003, 4,9% em 2004 e 2,3% em 2005. Em 2006, não deve chegar a 4%;
  • O governo superou as metas de superávit previstas;
  • A divida interna e o Risco Brasil caíram, mas os juros continuam elevados;
  • O governo não quebrou contratos firmados anteriormente.

Passado é passado. A questão é: e daqui em diante? O presidente Lula segue planejando reduzir a relação dívida pública/ PIB, aprofundar o processo de redução da taxa de juros para que o PIB apresente um crescimento maior, elevar os investimentos federais a 25% do orçamento (também com o intuito de promover o crescimento econômico) e promover a desoneração tributária.

Alckmin, por outro lado, planeja promover um crescimento de 5% a 6% ao ano baseado no corte das despesas dos governos federal e estaduais, da redução da taxa de juros, da redução dos números de ministérios e da demissão de funcionários contratados pela atual administração, bem como resgatar a capacidade do investimento do Estado e do setor privado.

Ambas as plataformas parecem, quanto à questão econômica, focar no crescimento econômico. O que difere um do outro é a maneira como pretende chegar lá, embora as ferramentas também tenham vários pontos em comum: diminuição dos gastos públicos e taxa de juros, reforma tributária. Não é à toa que o mercado financeiro não está prreocupado com o resultado da eleição. Deixo aqui somente uma questão para o eleitor preocupado com o desenvolvimento da Economia brasileira: será, realmente, que estamos imunes a crises de credibilidade, independente do candidato que for eleito?


Veja também:





Thursday, October 05, 2006

Investimento de Risco?

Falar em risco nos investimentos é como falar de um bicho de sete cabeças para muitas pessoas. Isto tem suas lá suas razões de existir, mas não se sustenta. A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) é uma prova disso. Com bons resultados no longo prazo e facilidade de acesso ao investimento e suas informações, tem crescido muito entre pessoas físicas e jurídicas. E segundo analistas, há espaço para crescer mais...

Mas como poderíamos definir o mercado de ações e seus riscos?

O mercado de ações é um investimento de renda variável e tem mesmo uma pitada de risco, porque quando você compra uma ação, compra um pedaço da empresa que pode ou não ter sucesso. Tudo vai de como a mesma será gerida, dos investimentos que vai realizar, das metas para os próximos anos, do segmento econômico ao qual pertence etc. O risco está inserido em todos esses fatores. Se há uma crise no país, por exemplo, as empresas vão passar por uma desconfiança. Se você investe em uma empresa de construção civil e ela tem um provlema com um dos empreendimentos, também poderá haver desvalorização nas ações. Isso não quer dizer será para sempre.

Mas as pessoas temem oscilações

As quedas diárias refletem um momento, e não podem ser fator de desespero. Quando o mercado de ações cai, todo mundo se assusta e ao invés de comprar as ações que ficam mais baratas, elas saem vendendo e realizam prejuízo! O risco para o brasileiro ainda assusta. Mas esse temor vem caindo devido a um trabalho da Bovespa de educação e popularização dos conceitos do mercado de ações.

Como tem sido a participação das pessoas físicas nesse mercado?

Uma pesquisa realizada em 93 e 94, que perguntava o que era longo prazo, obtinha uma resposta de 3 meses. Por isso o mercado de ações não fazia parte da agenda das pessoas físicas e também porque está ligado ao planejamento do investimento de longo prazo. A mesma pesquisa realizada em 2002, o longo prazo para nós, passou a ser 7 anos. Cresceu porque hoje você tem estabilidade. Antes, convivíamos com uma inflação alta. Para proteger o dinheiro do dia a dia. em 2002, o volume diário era de 350 milhões de reais na bolsa, e hoje é de 2,5 bilhões. A participação de pessoas físicas nesse mercado era de 12% a 15%. Hoje é de 25% a 28%. A porcentagem já é muito boa, mas tem potencial para crescer mais.

E o que falta?

As pessoas podem participar por meio de clubes de investimentos de pessoas conhecidas, que investem um "X" de reais mensalmente na bolsa. Outra maneira, seria através de fundos de ações e fundos de pensão. As pessoas tem grande vontade de participar, mas falta entenderem o processo. O mercado de ações não é a única maneira de se investir. E não seria bom colocar todos os ovos numa cesta, mas diversificar aplicações. Você pode criar um "mix", onde existam aplicações em renda fixa, poupança, fundos, e ações. Quando a taxa de juros é alta, a renda fixa remunera bem, porém, quando a renda fixa cair, você precisa ter uma alternativa de investimento que te garanta.
Veja também:

Monday, October 02, 2006

Expomoney São Paulo - Educando Investidores


Eleições Essa semana está extremamente movimentada, principalmente com a primeira etapa das eleições no domingo passado. As notícias do dia se referem ao segundo turno entre Lula e Alckmin. O atual presidente recebeu praticamente 47 milhões de votos representando 48,61% dos votos válidos e Geraldo Alckmin, 40 milhões de votos representando 42,64%. Um resultado impressionante, com Lula, como as pesquisas já indicavam, vencendo o concorrente nas regiões Norte e Nordeste principalmente.


Particularmente aqui em São Paulo, as rádios comentavam a decepção do candidato Mercadante com seu resultado. Resultado este que ele atribui em grande parte ao escândalo ocorrido nos últimos meses onde representantes petistas estavam envolvidos na compra de fotos que suspostamente incriminavam o candidato Serra do PSDB. Conforme apurado pela rádio Jovem Pan, Mercadante, na última eleição havia conseguido 10 milhões de votos e nesta teve somente 6 milhões. Mesmo o senador Eduardo Suplicy se surpreendeu com o desempenho do candidato Guilherme Afif do PSDB que começou sua campanha há pouco mais de um mês antes das eleições.


Expomoney Bom, mas não estou aqui para falar de eleições, mas sim de um evento ao qual tive oportunidade de participar na semana passada, a Expomoney. Este evento é gratuito e aconteceu no Centro de Convenções Frei Caneca aqui em São Paulo. Foram 3 dias de palestras para discutir os diversos investimentos existentes no mercado financeiro: de mini-contratos a opções e hedge. Para quem gosta do assunto, pôde além de visitar os estandes de corretoras como a Fator, Planner, Itau, Bradesco, Banif aprender um pouco sobre o mercado de ações. Eu tive a oportunidade de assistir algumas palestras sobre perspectivas da Economia para o próximo ano. As corretoras acreditam que haverá crescimento econômico para o próximo ano e que as eleições não devem afetar o mercado financeiro, independente do candidato que vencer. Isso está claro, afinal o presidente Lula (afora os ocorridos escândalos de corrupção) manteve a Economia estável e seguiu a cartilha do desenvolvimento conservador.


De olho nos americanos Uma das palestras mais interessantes que assisti foi a de Flávio Conde, professor do Ibmec e estrategista da Itau Corretora. Ele alerta os investidores a prestarem atenção principalmente no preço do petróleo (por afetar não somente a indústria do petróleo, mas inúmeras outras empresas), a atividade financeira americana (aumento dos juros ou redução de juros) e a inflação no varejo americano. Você pode estar se perguntando agora: por que tanta preocupação com o mercado americano? Primeiro, os grandes investidores da Bolsa brasileira são os estrangeiros. Segundo, o que acontece nos EUA afeta sobremaneira o que acontece no Brasil, principalmente após o início da globalização na déca de 90. Não há como ganhar dinheiro sem saber o que acontece principalmente nos EUA e nos países emergentes. Terceiro, o consumidor americano consome de tudo. Por isso o índice de varejo americano é tão importante, pois é ele que afeta o crescimento da indústria mundial.


Concluindo As perspectivas no geral eram positivas e as previsões é que a Bovespa feche o ano em torno de 32.000 a 35.000 pontos. As corretoras, como já era de se esperar em um evento como este, acreditam que a Economia vá crescer no próximo ano, independente do presidente e sinalizam bons ganhos em ações para 2007.


Veja também:

Wednesday, September 27, 2006

Skype - vale a pena?



Esses dias estive pensando seriamente em trocar meu telefone fixo de casa por um telefone via internet, utilizando o famoso aplicativo Skype. Isto porque, em qualquer lugar que você vá, tem sempre alguém falando sobre Voip (protócolo de voz sobre IP), o qual o Skype utiliza e na economia gerada por esta modalidade de telefonia. Sem contar meus amigos que tem o Skpe instalado em seus computadores e ficam tentando me convencer a instalar um também! Vamos dar uma olhada nas vantagens e desvantagens, se é que existem desvantagens.


Do ponto de vista tecnológico, o conceito é simples, uma vez uma conexão de banda larga é o suficiente. Compre um headset (fone e microfone), baixe e instale o programa Skype no seu computador. Procure e adicione seus contatos (registrados no Skype) à sua lista. Você está pronto para começar a conversar!

E se você não quiser ficar com o seu computador ligado, compre uma aparelho chamado ATA (Analog Telephone Adapter) que permite a utilização de um telefone Voip, bastando tirar do gancho, quer seja sem fio ou não e disque normalmente.

O Skype também oferece serviços pagos: o SkypeIn, para que as pessoas possam ligar para você por meio de um número, sem um PC; e o SkypeOut, que permite que você ligue para telefones comuns. Os valores devem ser consultados no site (skype), mas costumam ser bons.

O Skype também tem uma versão que roda em computadores de mão, ou seja, você pode pegar o seu handheld (com sistema Windows Mobile), levar para um lugar com acesso Wi-Fi – uma lanchonete, por exemplo – e fazer ligações via internet de graça.

Vale a pena?

Se você estiver falando com alguém que também possui o Skype instalado, você não pagará nada, pois a chamada é de graça, mesmo quee a pessoa esteja em outro país. Caso ela não tenha o serviço contratado, tente convecê-la a ter o mesmo serviço de VOIP que o seu. Vale a pena.

E o fixo - convencional? O que faço com ele?

Agora, você está pensando em trocar o fixo pelo Skype ou outro serviço Voip? Muita calma nesta hora. Isto é, depende de como você utiliza seu telefone. Mas vamos criar alguns cenários:

  • Se o seu maior gasto for de ligações do telefone fixo para celulares, o fone Skype não vai diminuir sua conta – nessa situação, a telefonia pela internet (Voip) quase sempre é mais cara, sendo até 50% a mais caro do que o fixo.

  • Se você liga principalmente para números locais, também não é vantajoso: enquanto a Telefônica cobra aproximadamente R$ 0,05 por minuto, as tarifas no VoIP começam em R$ 0,07.

  • Se você faz ligações interurbanas e internacionais e fala com outras pessoas que tenham uma linha de VoIP da mesma empresa. Nesses casos, a vantagem é clara.Para ligações interurbanas e internacionais, o VoIP é ótimo. Porquê? A voz digitalizada trafega durante boa parte do caminho via internet, sem utilizar a complexa e cara rede internacional de telefonia convencional.

Na prática

Suponha que eu ligue, por exemplo, para Itália. A Telefônica cobra R$ 1 por minuto. A Embratel, R$ 0,68. Já a operadora digital Hip Telecom, por exemplo, cobra R$ 50 mensais por 250 minutos de ligações internacionais para qualquer lugar – o que dá R$ 0,20 por minuto. E, mesmo se eu estourasse a minha cota, as demais chamadas para a Itália custariam R$ 0,24/minuto.

E agora ?

No caso de você ter necessidade fazer muitas ligações de longa distância (DDD ou DDI), troque por uma telefone Voip, que pode ser Skype. São ligações mais baratas que a telefonia tradicional ou até de graça. Nos outros casos, fique com seu telefone fixo e rezar para que as operadoras baixem o custo da ligação. Mas, se mesmo assim, você quiser ter uma alternativa para ligar de vez enquando para pagar menos em chamadas a longa distância, contrate um serviço Voip mínimo.

Veja também: