Monday, August 06, 2007

Subprime e Risco

O que é o subprime Já há alguns meses as notícias sobre o crédito dos subprime tem assombrado o mercado financeiro ao redor do mundo, causando instabilidade forte nas últimas semanas em particular. O subprime é um empréstimo para pessoas com histórico ruim de crédito que consequentemente pagam taxas de juros mais altas, dando mais dinheiro aos credores - enquanto os pagamentos hipotecários continuam chegando.

Segundo o site http://www.wharton.universia.net/ “a hipoteca clássica americana cobrava uma taxa de juros “fixa” que permanecia a mesma durante os 30 anos do empréstimo. Depois de assinados os papéis, o proprietário do imóvel pagava mensalmente uma prestação cujo valor nunca se alterava, o que facilitava os pagamentos e a manutenção do sistema, já que a renda do tomador subia de acordo com a inflação. De modo geral, o valor dos imóveis residenciais subia também, portanto o tomador podia contar com a possibilidade de vendê-lo a qualquer momento por um valor superior ao que possuía.

Acontece que a situação mudou drasticamente nos últimos anos. Estima-se que aproximadamente dois terços de todos os empréstimos para aquisição de casas concedidos em 2003 foram do tipo “agressivos, empréstimos que pressupõem riscos para os credores, tomadores e investidores em títulos lastreados em hipotecas. Tais riscos inexistem nos empréstimos convencionais. Além dos empréstimos do tipo subprime, há também empréstimos baseados exclusivamente no pagamento de juros, em que o tomador não faz nenhum pagamento do principal. Nos empréstimos de amortização negativa, o tomador paga um valor menor do que o valor total dos juros, sendo o complemento acrescentado à dívida pendente. Existem ainda empréstimos que requerem, ou não, o pagamento à vista de um pequeno montante, ou que não exigem nenhum comprovante de renda.
Os empréstimos a taxas subprime dispararam, passando de 150 bilhões de dólares, em 2000, para 650 bilhões em 2005, de acordo com depoimento prestado em audiência do senado sobre concessão predatória de empréstimos."


Qual o problema afinal? O problema é que esse tipo de empréstimo arriscado e sem lastro começou a fazer suas primeiras vítimas. A American Home Motgage informou que estava pedindo corcodata devido as suas dificuldades com as hipotecas do segmento subprime e o Bear Stearns anunciou que mais um de seus Hedge Funds apresentou problemas e suspendeu seus resgates. Estas situações de incapacidade em liquidar ativos hipotecários de risco elevado resultam da fase final do boom imobiliário (de juros baixos) em que muitos empréstimos foram concedidos sem a correspondente garantia patrimonial (ou de rendimento) dos beneficiários dos empréstimos.

Crise mundial? Calma... A maioria dos analistas acredita que este movimento de queda nas bolsas ao redor do mundo – particularmente no Brasil – não passa de um ajuste nos preços e posições dos investidores. No blog da Miriam Leitão, ela cita a opinião de Luis Otavio Leal, do Banco ABC Brasil, que diz que a volatilidade veio para ficar, mas que a crise atual é financeira, e não da economia americana. Um dos indicativos, diz ele, é o fato de que não aumentou a discussão quanto aos déficits gêmeos dos EUA, nem quanto à solvência do Estado Americano, tanto que as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA têm caído. Na visão de alguns economistas, isso é apenas sinal de que está aumentando mundialmente a aversão ao risco e que o investidor está fugindo em busca de mais segurança.
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2 comments:

Lucas said...

Olá Claudia, estarei linkando e divulgando trechos do seu blog cada vez que for atualizado.

Fico feliz pela escolha

A propósito muito bom a explicação sobre os suprimes, ficou melhor para entender a precaução do mercado sobre as vendas dos imóveis no States.

Saudações,

Lucas

Anonymous said...

Claudia,

o governo americano liberou 30 bilhões para segurar a bolsa. Como isto funciona? Pra onde vão os 30 bilhões?

Kiko